As mudanças nos itinerários de linhas de ônibus começaram há poucos dias e não devem parar tão cedo. A previsão é que os ajustes nos trajetos sejam feitos durante todo o ano com o objetivo de criar mais linhas diretas entre os bairros e o centro e assim reduzir o ‘pinga-pinga' nos terminais. Estudo apontou que, de 331 mil passageiros por dia, quase 40% precisa passar em dois ou três terminais para enfim chegar ao destino.

Consórcio diz que vai mudar mais linhas de ônibus para reduzir integrações nos terminais
Maria de Fátima é a técnica responsável pelo estudo. (Foto: Mayara Bueno)

Quem explica as mudanças é a técnica responsável pela pesquisa feita com os passageiros em , Maria de Fátima, da empresa Pait Consultores. A técnica foi chamada à Câmara Municipal para prestar esclarecimentos sobre as alterações nos itinerários.

A pesquisa já estava prevista em contrato e a empresa foi contratada pelo . A técnica aponta que existem 200 linhas de ônibus em Campo Grande, sendo que 120 passam pelos terminais. São 331 mil passageiros por dia e quase 40% dos usuários precisa passar por dois ou três terminais para chegar à área central da cidade. “Este é o principal desafio com a mudança nos ônibus”, diz.

Maria de Fátima afirma que a primeira etapa de alterações foi feita no terminal Guaicurus, que é o maior da Capital e recebe cerca de 25 mil pessoas por dia. “O primeiro trabalho foi focado no Guaicurus, mas já refletiu no . As mudanças afetaram principalmente as linhas 070 (General Osório/Bandeirantes), 087 (Guaicurus/General Osório) e 061 (Moreninhas/Shopping). O principal objetivo é criar ligações diretas [com o centro] e evitar o transbordo”.

A primeira etapa atendeu principalmente aos moradores dos bairros Los Angeles e Paulo Coelho Machado, que somam 6 mil passageiros por dia. A pesquisa apontou que 60% destes usuários iam para o centro da cidade, mas precisavam parar no Terminal Guaicurus e só aí ir para o centro. “Foram criadas duas linhas diretas, para que estes moradores não precisem passar no Guaicurus”.

Segundo a técnica, a nova linha teria causado uma mudança radical na vida dos passageiros desses bairros. Ela diz que o trajeto levava uma hora e meia, mas já pode ser feito em 15 minutos. A próxima etapa de mudanças será focada no terminal Bandeirantes.

Outra dúvida dos passageiros é sobre o porquê de as mudanças terem sido aplicadas principalmente nos primeiros horários de ônibus. A técnica ressalta que no final da tarde, as linhas partem de outros terminais, que ainda precisam passar por estudos.

Consórcio diz que vai mudar mais linhas de ônibus para reduzir integrações nos terminais
João Resende diz que mudanças foram muito divulgadas. (Foto: Mayara Bueno)

Enquanto ainda tem passageiro confuso sobre os itinerários de ônibus, o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus garante que as mudanças foram amplamente divulgadas. Segundo João Resende, a divulgação incluiu motoboys, áudio nos terminais e panfletos. Resende também diz que acompanha as alterações de perto e que tem ido aos terminais Guaicurus e Morenão todos os dias.

O diretor do Consórcio pontuou que a linha 602 (Campo Grande/Anhanduí) deve seguir até o terminal Morenão nos dois primeiros horários da manhã a partir desta quarta (12). “Atualmente esta linha vem de Anhanduí e tem ponto final no Guaicurus. A partir de amanhã, seguem até o Morenão”.

Prejuízo de R$ 200 mil

O diretor do Consórcio Guaicurus ainda comentou sobre o pedido para um novo cálculo do reajuste da tarifa de ônibus. Segundo João Resende, a previsão é de que o Consórcio tenha um prejuízo de R$ 200 mil por mês, apenas levando em conta o ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza), que voltou a ser cobrado, mas não está incluso no cálculo feito pela (Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos).

O Consórcio Guaicurus pediu na Justiça que a Agereg refaça o cálculo do reajuste, ou seja, o passe de ônibus pode ficar ainda mais caro. O pedido foi parcialmente aceito pelo juiz Ricardo Galbiati, da 2ª Vara da Fazenda Pública e Registros Públicos de Campo Grande.

No dia 30 de dezembro, o Consórcio Guaicurus encaminhou um documento para a Agereg por discordar do reajuste da tarifa de ônibus, que alterou o valor do passe de R$ 3,95 para R$ 4,10. O Consórcio pediu uma revisão do estudo técnico que levou ao reajuste e quer que a Agereg considere, principalmente, o impacto do ISS no cálculo. No cálculo, a prefeitura também deveria analisar o marco contratual, já que a tarifa deveria ser revista a cada 7 anos de contrato.