Com índice de ocupação de leitos em 87% na macrorregião de Campo Grande, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) corre contra o tempo para disponibilizar mais 77 leitos para tratamento de pacientes com coronavírus (Covid-19) em Campo Grande.

Conforme o secretário Geraldo Resende informou ao Jornal Midiamax, a SES trabalha para que não haja um colapso em breve. Uma das frentes de trabalho é a liberação de novos leitos em outros hospitais, que hoje não recebem pacientes com Covid-19. “Esses leitos vão possibilitar o remanejamento de pacientes, se não houver mais disponibilidade no Regional”, informou.

De acordo com Resende, além dos 18 leitos que serão entregues na tarde desta quinta-feira (09) no Hospital do Câncer, os outros 59 estão divididos da seguinte forma: 7 no El Kadri, 10 na Clínica Campo Grande, 20 no Proncor, 20 na Unidade do Trauma, 10 na Santa Casa e outros 10 no HU (Hospital Universitário da Universidade Federal de MS).

Assim, em Campo Grande, são 171 pacientes com coronavírus internados em hospitais particulares e públicos, sendo que 25 estão em UTI e 93 em leitos clínicos.

No boletim divulgado nesta quinta-feira, Mato Grosso do Sul chegou a 11.671 casos, com recorde de 608 novos doentes confirmados em 24 horas. Então, são 227 internados com coronavírus.

Isolamento é o melhor remédio

As autoridades de saúde indicam que a baixa adesão ao isolamento social é um dos principais fatores que levaram o Estado a chegar nessa situação.

Apesar de o boletim da SES indicar que, dos leitos ocupados, 36% são referentes a casos confirmados ou suspeitos de Covid-19, Resende afirma que, com a população nas ruas, outras situações levam a ocupação dessas vagas. “Toque de recolher e isolamento social são fundamentais. Em março, quando MS teve a maior taxa de adesão ao isolamento, a Santa Casa teve 17 pessoas em UTI. O número foi para mais de 100 leitos nesse último mês ”, detalhou.

Um dos motivos apontados pelo secretário é o número de acidentes de trânsito. Por exemplo, com as pessoas nas ruas, frequentando bares e ingerindo bebida alcoólica, aumentam os acidentes e, consequentemente, o número de pessoas internadas em leitos que, hoje são fundamentais no combate ao coronavírus.

“É preciso que haja contribuição da população e que os prefeitos façam que seus decretos [toque de recolher] sejam efetivos”, finalizou.