Depois de atingir -32cm no último domingo (18), o nível do Rio Paraguai medido pelo 6º Distrito Naval de Ladário subiu 2cm e marcou -30cm nesta quarta-feira (21). Isso porque há dois dias o município registrou chuva mais significativa, de 25,8mm.
O analista de recursos hídricos, Lincoln Curado, explicou que ainda falta a constante de chuvas intensas para que os rios do Estado saiam da situação de estiagem e alcancem a normalidade. “O nível dos rios não subiu, a chuva para influenciar no nível rio Paraguai precisa ser mais constante. Ainda vai demorar um pouco para precisar subir, por enquanto só parou de descer”, disse.
“Para entender o impacto do rio estar com uma lâmina d’água tão pequena, quando a cota em Ladário atinge 1,5 metro, a Marinha do Brasil já adota restrições de navegação. Em 120 anos de monitoramento, esse valor está entre as treze vazantes mais rigorosas”, explica o pesquisador do Serviço Geológico do Brasil, Marcelo Parente Henriques.
O oitavo maior em curso de água da América do Sul enfrenta a pior seca dos últimos 47 anos e em alguns pontos é possível ver bancos de areia.

Veja os níveis mais baixos medidos pela régua de Ladário:
- Setembro de 1964: -64 cm
- Setembro de 1971: -57 cm
- Outubro de 1967: -53cm
- Setembro de 1969: -53cm
- Outubro de 1910: -48cm
Risco de desabastecimento
Por ser responsável pelo abastecimento de alguns municípios do estado, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) decretou situação de emergência por 60 dias.
As cidades onde a captação é feita direta do rio Paraguai são: Corumbá, Ladário e Porto Murtinho. Em Corumbá, por exemplo, a Sanesul – concessionária responsável pelo abastecimento – implantou estruturas de contingência como bombas flutuantes para caso a situação venha a se agravar.
A expectativa é que as previsões meteorológicas se confirmem e que MS receba um volume maior de chuvas nas próximas semanas. Assim, o nível do rio irá voltar ao normal.