Há quase três anos, a empresa Prestadora de Serviços de Conservação e Asseio – empresa terceirizada que presta serviço de limpeza e conservação a órgãos públicos do governo do Estado – vem sendo alvo constantes de reclamações dos seus funcionários por não estar cumprindo com pagamentos de salário e ticket alimentação.

Algumas reuniões entre o STEAC-MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação de Mato Grosso do Sul) e a empresa já aconteceram – como no mês de janeiro – para esclarecer todos os pontos e resolver os problemas de uma vez por todas, entretanto, a cada mês que passa, o problema volta à tona e com maior força.

“Eu estou com pagamento atrasado, vale alimentação atrasado e nome sujo. Estou com tudo atrasado em relação as contas, passando dificuldades e emprestando dinheiro para ir trabalhar normalmente todos os dias”, desabafa Ana Cristina, 41 anos e trabalha há nove anos na empresa na cidade de e está há três meses sem receber salários.

Segundo alguns relatos de funcionários, a justificativa da empresa é sempre a mesma: não tem dinheiro suficiente para fazer a quitação dos débitos e o Governo do Estado não repassou a verba destinada daquele mês.

Uma profissional – que não quis se identificar – que é empregada da empresa e trabalha na cidade de , distante a 425 quilômetros da capital sul-mato-grossense, explica que sua carga horária é de somente meio período e a situação já fica mais difícil. “Não tenho direito ao cartão alimentação desde o mês de abril, emprestei dinheiro para pagar minha conta de luz mês passado”, lamenta.

“Contas estão atrasadas, sempre pago minha conta de energia em dia, mas com esse atraso, desde o ano passado ficou assim. Tenho outros compromissos também, mas a gente se vira, porque se não os familiares já estariam mortos de fome”, pontua.

O Jornal Midiamax entrou em contato com a assessoria de imprensa do Governo e a resposta em questão foi de que a empresa Vyga “não apresentou as certidões de regularidade trabalhistas e de Débitos Relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União, exigidas e expressas nas cláusulas contratuais”.

Denúncias

A empresa vem sendo alvo dos trabalhadores que prestam serviços para outras áreas. Em 2017, pelo menos 160 empregados, entre eles deficientes, da cidade de Três Lagoas, distante a 338 quilômetros de , já acusaram a Vyga de não realizar o pagamento referente aos salários, tickets, férias e 13°.

De acordo com o (Ministério Público do Trabalho), as denúncias são sempre as mesmas, referentes a concessão de férias, ausência de pagamento de salários, 13º salário, ticket alimentação, ausência de realização de exames, e falta de equipamentos de proteção individuais fornecidos aos empregados não serem compatíveis com as atividades laboradas.

No ano de 2013, conforme explica o MPT-MS, a empresa já havia sido alvo de denúncias semelhantes aos casos citados acima pela reportagem. Naquele ano, a empresa teria assinado um TAC (Termo de Ajuste de Conduta), porém, em 2016 um dos itens elaborados pelo ministério foi descumprido, o que ocasionou em multa para a empresa.

Os denunciantes foram chamados para prestar esclarecimentos e os depoimentos aconteceram no início deste mês de maio.

O ministério segue recebendo diversas denúncias sobre o caso da empresa que vira e mexe fica sem pagar seus funcionários. Embora as reclamações sejam do mesmo caráter, o MPT resolveu juntar todas as denúncias e preparar um procedimento preparatório para que medidas cabíveis sejam tomadas.