Após anunciar que a partir desta sexta-feira (1) estaria permitida a entrada de cachorros no Parque Ecológico do Sóter, em Campo Grande, durante a tarde, nenhum cão com seu dono foi visto passeando. A proposta acabou dividindo opiniões dos moradores que sempre frequentam o local.
A principal preocupação de Lucimeire da Silva, de 45 anos, é que algum ataque às crianças possa acontecer, pois ela frequentemente leva os netos para brincar e teme que os donos possam levar cães menos dóceis para passear.
“Se eles [netos] veem um cachorro, eles vão em cima passar a mão e não tem esse discernimento de que o cachorro pode ser mais bravo. Eu não acho uma medida correta”, disse a reportagem.
A mesma opinião é compartilhada por Nadia Batista, de 59 anos, que também foi contra a proposta, pois os donos dos animais se quer recolhem as fezes dos bichos deixados para trás.
Nas entradas do parque foram instaladas placas com as normas desenvolvidas para o passeio dos cães e, mesmo com as orientações, a moradora comenta que podem não ser cumprida.
“Precisa primeiro ter uma conscientização das pessoas aqui, disponibilizarem material para recolher. A gente pode ver um exemplo lá fora, as pessoas levam os cães para passear ali na calça, eles fazem as necessidades e não recolhem. Aí fica lá”, comentou Nadia.
Já a família de Henrique Balrílio, de 24 anos, achou interessante a proposta, mas que as informações estavam confusas, pois até nesta quinta-feira (31), a placa de proibição da entrada dos animais ainda estava no local. Isso porque ainda era proibido, no entanto pode ter confundido os donos dos animais no primeiro dia do ‘Parcão'.
A reportagem esteve no Parque do Sóter entre às 17h e 17h30 e ninguém com cães foi visto.
A proposta
A proposta da Prefeitura é liberar o Parque Ecológico do Sóter para que os donos possam passear com seus cães, desde que conduzidos na guia. Depois, a proposta é buscar parcerias privadas para a construção de um local onde os cães possam ficar soltos e socializar com os outros animais.
De acordo com a Prefeitura, o projeto prevê a implantação de uma área de 5.400 metros quadrados para o ‘Parcão'. O espaço terá gramado, alambrado de 1,5 metro de altura, brinquedos e bebedouros para os cães. O espaço, construído pela iniciativa privada, será administrado pela Funesp (Fundação Municipal do Esporte).
O diretor-presidente da Funesp, Rodrigo Terra, afirma que há uma necessidade crescente de locais liberados para a entrada de cães. “Há uma demanda crescente por espaços específicos onde os animais possam passear e a Prefeitura, ouvindo a população, vai trabalhar em duas linhas.
A primeira é liberando o Parque Sóter para a entrada de cães conduzidos na guia e a segunda é buscar empresas parceiras para criar um ambiente adequado e seguro para que os animais possam ficar soltos”, explicou Terra.
Reformas no Parque do Sóter
A Funesp e a Secretaria de Obras ainda devem assinar a autorização para a abertura do processo licitatório de reforma do Parque Ecológico do Sóter. Cerca de R$ 600 mil serão investidos em melhorias no local, incluindo a manutenção da passarela e do parquinho infantil. O Parque, que tem 22 hectares, atende hoje mais de 2 mil pessoas por dia nas oficinas de esporte e lazer realizadas gratuitamente pela Prefeitura.
