A decisão do Governo do Estado de cortar o ponto de pelo menos 2,5 mil servidores não vai mudar a posição por parte dos administrativos da educação que vão manter a paralisação parcial e atuando com apenas um terço do efetivo nas escolas. De acordo com a (Federação dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso do Sul), essa prática já é comum.

“Toda greve acontece isso [corte de ponto], todo o governo já vem com essa conversa. Quando tiver atendido as nossas reivindicações e ter o encerramento da greve, nós vamos negociar essa questão de corte de ponto com o governo”, afirmou o presidente da federação, Jaime Teixeira.

Mais um encontro entre a categoria e o secretário Eduardo Riedel, da Segov, está marcada para acontecer nesta quinta-feira (23), às 10h na sede da Governadoria. O corte vai entrar em pauta, mas conforme adiante Teixeira, os principais pontos seguem sendo o reajuste salarial, incorporação do abono, a jornada de trabalho e a chamada de concurso público.

Embora a paralisação afete diretamente as escolas estaduais, a Fetems entende que o impacto é menor, porque já há um déficit de educadores. “Vai continuar faltando, vai continuar tendo problemas e a comunidade tem que entender que não é por falta de vontade do trabalhador, é por falta de interesse do governo de solucionar esse problema que se arrasta por mais de dois anos”, explica.

Em , cerca de 90% do administrativo está paralisado, enquanto mais de 50% dos municípios do interior do estado aderiram de forma completa a greve.

Mobilizações

Algumas atividades dos educadores para chamar a atenção do Governo estão sendo programadas. A expectativa é que na sexta-feira (24), seja realizado mobilizações no interior do Estado e atos públicos devem ser realizados na Capital, como, estando presente na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

“Esperamos que o governo reveja as ações. Há uma promessa de governador de campanha, de que ele valorizaria o administrativo e a gente quer que ele cumpra o que falou na campanha”, afirmou o presidente da Fetems.

Liminar

Apesar da paralisação estar mantida, o Governo do Estado conseguiu uma liminar, no último sábado (18), que obriga ao menos dois terços dos servidores trabalhando nas escolas estaduais, tanto em sala de aula, quanto no setor administrativo. Caso a decisão não seja respeitada, a Justiça arbitrou multa diária de R$ 50 mil.