As queimadas no têm sido uma preocupação constante. Os focos de calor continuam intensos devido a prolongada estiagem. Mesmo estando no inverno, a seca e falta de chuva estão causando transtornos nessa região. Para tentar amenizar os focos de incêndio, algumas providências estão sendo tomadas, como o aumento no número de brigada. Todas essas áreas queimadas e de risco, até o momento, ainda não afetaram instituições que utilizam do Pantanal como área de estudo e pesquisa.

De acordo com o relatório da Sala de Situação Integrada, divulgado nesta terça-feira (10), as Brigadas Indígenas Terena (Limão Verde e Taunay-Ipegue), localizadas no município de Aquidauana, têm atuado nas suas respectivas áreas e também em terras indígenas do município de Aquidauana. Cada brigada possui 15 integrantes e uma viatura.

A Brigada da Taunay-Ipegue conta com o reforço de um esquadrão (7 brigadistas) e mais uma viatura adaptada da Brigada de Brasília. As Brigadas Kadiweu (São João e Alves de Barros) estão atuando em focos na região Noroeste da Terra Indígena Kadiweu, com 30 integrantes e 2 viaturas no total.

A Brigada Pantanal (Corumbá) tem focado os esforços no combate aos incêndios na região de Porto Morrinho, Passo do Lontra, às margens da BR-262 e Estrada Parque. São 30 brigadistas, 02 viaturas, divididos em 04 esquadrões com atuação 24h nesse período.

“Hoje temos muito foco de calor, os bombeiros estão com equipes redobradas espalhadas pelo Estado fazendo o combate, pois estamos com uma previsão favorável a incêndio florestal, sem chuva por um bom tempo. A umidade relativa do ar está baixa e o Pantanal é um ambiente propício às queimadas”, afirma o coordenador da Cedec (Coordenadoria de de Mato Grosso do Sul), tenente-coronel Fábio Catarinelli.

Organizações que atuam no Pantanal

A Ecoa (Ecologia e Ação) é uma organização não governamental que há quase 30 anos atua no Pantanal e na Alta Bacia do Rio Paraguai, onde sua equipe realiza pesquisas, desenvolvem projetos, monitoram problemas sociais e ambientais e fazem campanhas e trabalhos junto a comunidades tradicionais. Também cuidam de articular a sociedade civil para que as ações comuns em defesa da região e suas populações tenham maior força e repercussão.

De acordo com o diretor executivo e um dos fundadores da Ecoa, Alcides Faria, a organização não foi impactada com as queimadas no Pantanal. Além disso, a Ecologia e Ação protagoniza alguns trabalhos para alertar e intensificar o assunto de queimadas.

“Temos a campanha Queimada Mata com o objetivo de informar sobre os perigos das queimadas, urbanas e rurais, além de outros prejuízos que podem trazer para a economia, ao meio ambiente e para a saúde das populações; e também o trabalho com a formação de brigadas comunitárias que já chegaram a combater queimadas no Pantanal”, afirma Alcides Faria.

Só neste ano, segundo o diretor executivo, a Ecoa em parceria com o PrevFogo/, realizou um curso para formação de brigadas comunitárias para cerca de 30 voluntários, do Pantanal do Brasil e Bolívia. Além disso, promove através de projetos o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.

O Projeto Bichos do Pantanal é realizado pelo Instituto Sustentar de Responsabilidade Socioambiental, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A iniciativa atua para ampliar o conhecimento científico e a preservação de importantes espécies da fauna pantaneira.

“Nossa área de atuação é a fauna em duas localidades específicas, a ESEC Taiamã, que é uma ilha no Rio Paraguai, no município de Cáceres (MT) e a ESEC Serra das Araras no município do Porto Estrela (MT). Logo, nessas duas reservas que abrangem nossa atuação não há relatos de incêndios”, afirma Bruna Alencar, assessora do Projeto Bichos do Pantanal.

Ainda de acordo com ela, o trabalho do projeto é em prol da redução e combate a incêndios florestais e está focado na educação ambiental que é uma vertente de grande impacto do Projeto Bichos do Pantanal.