Deflagrada na manhã desta quinta-feira (8), a Operação Teça da PF (Polícia Federal) visa coibir o contrabando de cigarros em três estados brasileiros, sendo um deles Mato Grosso do Sul. Nos bairros de Campo Grande, o efeito das apreensões para o quem comercializa a mercadoria que entra pela fronteira é mínimo, já que a maioria opta por adquirir em pequena quantidade.
Na periferia, a maioria dos comerciantes não vê com ‘maus olhos’ a Operação da Polícia Federal, mas eles contam que para quem é pequeno realmente é difícil vender a mercadoria nacional. Até para conversar com a reportagem existe um certo receio.
“A gente não acha ruim a operação, tem muita gente folgada que abusada mesmo, tem que tomar muito cuidado inclusive. A gente prefere nem se envolver. Mas pra quem é pequeno fica difícil, os impostos do cigarro brasileiro são muito altos. E no fundo a gente só quer trabalhar e pagar nossas contas e viver tranquilo.”, relatou a dono de um comércio.
Segundo os vendedores entrevistados pela reportagem, o impacto imediato das apreensões da Polícia é a falta de cigarro durante algumas semanas. “Agora a gente fica um tempo sem conseguir achar cigarro para vender, e isso é complicado porque para quem é pequeno não compensa comprar o cigarro brasileiro pra vender, é muito caro”, respondeu.
Atualmente uma carteira de um cigarro paraguaio por exemplo é vendida até R$ 2,00, já um de marca brasileira o mais barato é encontrado a R$ 5,00 no Mato Grosso do Sul.
Impacto temporário
Produto muito procurado pelos bairros mais afastados da cidade, para os comerciantes as grandes apreensões geram um impacto temporário nas vendas, mas que não dura muito.
“A gente vende muito cigarro do Paraguai, mas prefere comprar pouco para evitar problema com a polícia. Uma vez deu dó de um vizinho aqui que tinha muita mercadoria, eles apreenderam caixas e caixas”, conta uma comerciante.
“Eu tive um comércio ali na esquina, vendia muito cigarro do Paraguai mesmo, o brasileiro fica muito caro, a gente consegue vender um paraguaio por exemplo a até R$ 2,00. Quando tinham apreensões desse tipo, a gente ficava uma ou duas semanas sem conseguir cigarro, mas depois tudo voltava ao normal”, relatou outro comerciante.
‘Tem que acabar com tudo’
Mas existem também os que prefiram que as apreensões coíbam de fato a venda do cigarro aqui no Estado. Um dono de comércio há mais de 20 anos, na região Leste da Capital, desabafou à reportagem preferir que as operações na fronteira durassem mais tempo.
“Tem que ficar lá e fechar tudo. Proibir o cigarro de entrar mesmo, acabar com tudo aqui. Assim a gente para de fumar. Por mim acabava com tudo mesmo. Eu acho muito bom quando tem essas operações. Chega de entrar cigarro, droga, tudo isso acaba com nossas famílias”, concluiu.