Após passeata, motoristas de ônibus decidem cancelar paralisação das atividades que estava prevista para a próxima segunda-feira (9). Em justificativa, funcionários explicam que vão esperar a reunião e decisão do (Tribunal Regional do Trabalho). O Consórcio Guaicurus protocolou nesta semana um pedido de intermediação nas negociações salariais e, devido a isso, os trabalhadores concordaram em aguardar até terem respostas mais concretas de como ficará a situação.

Os motoristas ressaltam que não estão com medo do que pode vir a acontecer agora, mas afirmam que é preciso fazer ações como esta, da passeata, para chamar a atenção. “Estamos amparados pela lei e temos representação, não vamos desistir até que providências sejam tomadas”, diz um motorista que prefere não se identificar.

“O trabalho de motorista é desgastante, temos colegas que estão afastados do serviço pelo estresse que o trânsito causa. Nossa intensão não é que chova atestado médico, queremos um plano de saúde digno, uma forma de prevenir uma doença, como a coluna estourada – os bancos são desconfortáveis e tortos. Hoje nossa intensão foi chamar a atenção do TRT que tem total direito de ajuizar as decisões, o que queremos é que eles ajam com justiça. O apoio da população é muito importante nessa causa”, afirma Fernando de Sá, motorista há 15 anos.

Izael Alves de Oliveira, utiliza o transporte coletivo e contou ao Jornal Midiamax que esses dias pegou um ônibus e viu o motorista sendo assaltado. “Colocaram uma faca no pescoço do motorista e infelizmente não tinha o que fazer. Fiquei assustado. Eles merecem sim melhorias salariais e além disso mais segurança e qualidade nos ônibus. O trabalho deles é muito perigoso, eles cuidam de vida, a categoria precisa ser mais amparado”.

Sobrecarga de serviço

Motoristas alegam que quando um funcionário é demitido, quem sofre as consequências são os colegas que continuam na luta e precisam trabalhar dobrado e fazerem outras linhas. Além disso, eles alegam que a noite ônibus são recolhidos e as vezes um coletivo tem que fazer duas linhas/trajetos. “Recolhem o Santa Emília, por exemplo, e eu tenho que fazer o São Conrado e o Santa Emília em um só ônibus, o que demora cerca de 1h pra voltar ao terminal e ai os passageiros colocam a culpa em nós, mas não somos os culpados”, conta um motorista, que prefere não ser identificado.

O funcionário do Consórcio, Tiago Silva, informou que quando acontece um acidente com passageiro dentro do ônibus, quem tem que pagar as despesas de saúde são os motoristas. “Estão jogando a responsabilidade para o motorista e o problema não é a forma como dirigimos, mas a péssima estrutura do coletivo, ônibus velhos, etc”.