A família de um de um mês denuncia a por ter colocado em risco a vida do bebê, ao dificultar sua transferência, no último domingo (31), para uma UTI (unidade de terapia intensiva) neonatal em outra instituição.

De acordo com o pai do recém-nascido, Wellington Thiago Campo Oliveira, o bebê, que se chama Gael, nasceu prematuro no dia 4 de março, com apenas 34 semanas, na Maternidade Cândido Mariano, onde permanece internado até hoje. A família possui plano de saúde da Unimed de Campo Grande.

Segundo o pai, Gael sofreu infecção que culminou em uma perfuração intestinal. Ele sofreu sepse – quando as fezes saem das alças intestinais e provocam grave infecção no paciente e, por isso, precisou passar por cirurgia no último dia 26. Devido à urgência, o procedimento ocorreu na Cândido Mariano, apesar da maternidade não dispor de estrutura para cirurgias pediátricas complexas.

Porém, dias após a cirurgia, Gael . Exames constataram que houve outro problema nas alças intestinais do recém-nascido e, por isso, seria necessária outra intervenção cirúrgica. Devido a extrema gravidade, os cirurgiões pediram a remoção do bebê para uma UTI neonatal com estrutura adequada.

Como a família dispõe de plano de saúde, os médicos teriam indicado a remoção ao hospital da Cassems, em Campo Grande, que dispõe da estrutura. Wellington afirma que os próprios cirurgiões acionaram a diretoria da Unimed Campo Grande para agilizar a transferência, já que havia grande risco para o recém-nascido.

“Eram coisa de 12h30 do domingo quando constataram o problema e 13h quando o pedido foi feito. Por volta das 14h, a médica chegou aqui e disse que tinha que operar. Ela foi para a Cassems esperar e por volta das 17h foi ver a que pé andava e ficamos sabendo que a Unimed ainda estava aguardando negativa de transferência de outros hospitais, como a Santa Casa. Ficamos sem entender, porque o médico pediu especificamente a UTI neonatal da Cassems”, conta Wellington.

Segundo ele, a cirurgiã reuniu a equipe e retornou à Maternidade Cândido Mariano, e pediu que a Unimed Campo Grande fornecessem os materiais para a cirurgia imediatamente, mesmo correndo riscos. Eram cerca de 20h quando o procedimento teve início.

Recuperação

Nesta quarta-feira (3), após a segunda cirurgia, Gael segue internado e está em observação, com estado de saúde considerado estável. Wellington afirma que tão logo o filho se recupere, deverá acionar o MP-MS (Ministério Público Estadual).

“O que aconteceu foi gravíssimo. A vida do meu filho foi exposta a riscos por burocracia. É inaceitável que um plano de saúde, que lida com vidas, trabalhe deste jeito. Meu filho está vivo por competência da equipe médica, mas ele passou por situações muito desnecessárias”, considera.

A reportagem acionou a Unimed Campo Grande e questionou sobre o caso. A nota fornecida ao Jornal Midiamax não posicionou sobre a demora no pedido de transferência, mas destacou que o plano de saúde ofereceu “prontamente todo o suporte necessário para atender o que lhe foi solicitado”.

A nota também traz que o plano de saúde, “inclusive cedeu de seu próprio hospital materiais cirúrgicos que estavam em falta na Maternidade Cândido Mariano, de forma que o procedimento cirúrgico pudesse ser realizado”.