O projeto de requalificação do Hotel , que pretendia transformar o edifício em moradias de interesse social e fomentar movimentação no Centro de Campo Grande, pode ter sido rejeitado. Segundo o prefeito (PSD), a falta de apoio por parte da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) e de alguns vereadores teria desmotivado a comissão do SNH/Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável Pró-Moradia, que destinaria até R$ 50 milhões para projetos de requalificação de prédios abandonados em cinco capitais.

“Ainda não há decisão, mas quatro das cinco cidades que seriam contempladas já foram escolhidas. Não estamos confiantes. As demais cidades, que são Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e uma capital do Nordeste tiveram forte apoio popular, diferente daqui. Isso desmotivou emplacar Campo Grande”, acrescentou Marquinhos.

O projeto de requalificação do Hotel Campo Grande foi apresentado em agosto, como uma intervenção que iria transformar o antigo Hotel Campo Grande em 117 unidades habitacionais em regime de aluguel social. A proposta, no entanto, teve forte rejeição por alguns segmentos da sociedade. A CDL, por exemplo, afirmou que olocal iria se tornar um “favelão vertical”.

Na Câmara, três vereadores também partiram em campanha contra o projeto. Nesta manhã, André Salineiro (PSDB), Vinícius Siqueira (DEM) e Dr. Lívio (PSDB) foram nominalmente citados por Marquinhos como lideranças que posicionaram-se contra a destinação do prédio.

“Campo Grande está praticamente descartado. Tudo porque diferente daqui, as outras cidades tiveram apoio total das Câmaras, tudo assinado. Infelizmente, o hotel vai continuar fechado”, concluiu.

Menino do Mato

O projeto físico de requalificação do prédio abandonado, chamado pela administração de “Menino do Mato”, foi apresentado ao Ministério do Desenvolvimento Regional em agosto deste ano, com o objetivo de obter R$ 13 milhões para desapropriar o prédio, pelo programa Pró-Moradia, além de R$ 25 milhões para a requalificação, via Retrofit. o teto do programa é R$ 50 milhões.

A proposta era garantir a reestruturação do antigo hotel para 117 unidades habitacionais, sendo 57 apartamentos de 30,98m² e as restantes de 28,15m², que seriam destinados, a princípio na modalidade de aluguel social, para pessoas de baixa renda, a fim de que uma vida noturna pudesse se formar no entorno da recém-reinaugurada Rua 14 de Julho.

“Estamos nos baseando em conceitos de sustentabilidade e de mobilidade urbana, atualizando as noções que a gente tem atualmente, para promover uma ocupação das regiões que se tornam menos frequentadas quando o comércio fecha”, destacou, na época, o arquiteto Gabriel Gonçalves, diretor de Habitação e Programas Urbanos da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários, ex-).

Com base nestes novos paradigmas, o prédio não teria garagem e disporia de um recurso chamado de fachada ativa, que é quando os primeiros pavimentos tem utilização comercial ou institucional. A ideia era de que no térreo houvesse uma base da Guarda Civil Metropolitana no primeiro pavimento e uma unidade da agência no térreo.

O projeto tinha, ainda, outros grandes diferenciais: a obra contaria com recursos de vedação solar feitos com chapas de ferro e grafismos que iriam presentear o Centro com um grande mosaico do poeta . “Menino do Mato”, a propósito, é uma obra do poeta. E cada andar traria referências a poemas de Barros.