A Escola Estadual General Malan, localizada no bairro Amambaí, em , é a mais nova vítima de trotes que anunciam episódios violentos em escolas de Mato Grosso do Sul. Como nos outros casos, o surgimento de uma rede wi-fi cujo nome anuncia um ‘massacre' causou temor na unidade  na manhã desta quinta-feira (4) e uma aluna chegou a passar mal.

A escola seguiu o procedimento indicado pela SED (Secretaria de Estado de Educação), que orienta os gestores a avisar pais e a encaminhar informações aos órgãos de segurança pública. Todavia, o caso é encarado como mais um trote, desde que as ameaças tornaram-se rotina e que em nenhum dos casos anteriores houve confirmação real de riscos a alunos e educadores. Este já é o sexto relato semelhante em cerca de dez dias.

Somente em uma escola municipal de Sidrolândia, na semana passada, a ameaça fugiu ‘do padrão' e poderia ter terminado em tragédia se não fosse impedida por uma professora, que avistou dois garotos tentarem arremessar uma bomba caseira no pátio da escola. Todos os demais casos ocorreram em escolas de ensino médio da REE (Rede Estadual de Educação).

A suspeita é que as redes wi-fi e supostas ameaças foram criadas por estudantes, na perspectiva de evitar que as aulas acontecessem.

Investigações

Na última semana, a delegada titular da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), Fernanda Félix de Carvalho Lima, alertou que caso a polícia identifique que autores das ameaças de ataques são estudantes, eles podem responder pelo ato infracional.

Na prática, caso os autores sejam menores de idade, eles podem ser internados em uma Unei (Unidade Educacional de Internação) pelo cometimento de ato infracional, que podem até configurar outros crimes.

“Pode parecer brincadeira, mas essa brincadeira se torna um ato infracional passível de apreensão em flagrante delito, pode configurar ameaça, apologia ao crime e instigação ao crime, se não caracterizar outro crime mais grave”, acrescentou a delegada.

Providências

Na última terça-feira (2), a SED informou ao Jornal Midiamax que trabalha junto aos diretores das unidades escolares, de toda a REE, com orientações sobre os procedimentos a serem adotados em casos como estes ou similares.

Dentre as medidas, estão o diálogo com os estudantes, aproximação com os pais e/ou responsáveis e, ainda, acompanhamento da secretaria por intermédio das Coges (Coordenadorias de Gestão Escolar ) e de CPED (Psicologia Educacional), quando necessário.

A secretaria ainda destaca que cabe às unidades de ensino, o cuidado com o educar e a formação dos estudantes enquanto cidadãos. Quando um caso como este (de possível ameaça em ambiente escolar) é registrado, a obrigação da escola reside no aviso aos pais e no encaminhamento das informações aos órgãos de segurança pública.