Construtora demite funcionários e obra na Ernesto Geisel volta a ter ritmo lento

Apesar das placas de obra no decorrer dos lotes 2 e 3 da Avenida Ernesto Geisel, não há nenhuma movimentação que indique atividade da Dreno Construtora na revitalização do Rio Anhanduí, em Campo Grande. Com canteiros de obras deserto, sindicato afirma que funcionários foram demitidos e obra nos dois lotes pode ser paralisado a qualquer […]

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Obra nos lotes 2 e 3 está deserta após demissão de cerca de 10 funcionários | Foto: Leonardo de França
Obra nos lotes 2 e 3 está deserta após demissão de cerca de 10 funcionários | Foto: Leonardo de França

Apesar das placas de obra no decorrer dos lotes 2 e 3 da Avenida Ernesto Geisel, não há nenhuma movimentação que indique atividade da Dreno Construtora na revitalização do Rio Anhanduí, em Campo Grande. Com canteiros de obras deserto, sindicato afirma que funcionários foram demitidos e obra nos dois lotes pode ser paralisado a qualquer momento. A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) nega qualquer interrupção.

Construtora demite funcionários e obra na Ernesto Geisel volta a ter ritmo lento
Foto: Leonardo de França

Conforme o presidente do Sinticop-MS (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada), Walter Vieira, o sindicato recebeu nos últimos dias ações de, pelo menos, 10 acertos de funcionários demitidos pela Dreno Construtora. Além disso, afirmou que a empresa tem reduzido o quadro de funcionário aos poucos, o que pode estar causando a lentidão da obra.

“No começo da obra, em abril de 2018, a empresa tinha 80 funcionários. Com os meses, eles foram sendo dispensados gradativamente e hoje, deve ter uns 10 funcionários. E não são 10 operários da obra, me refiro a vigias também”, disse o presidente do Sinticop-MS. Questionado pelo sindicato, a empresa afirma que está esperando o repasse de valores da prefeitura e que não teria dinheiro em caixa para pagar os empregados.

Obra deserta

A revitalização do Rio Anhanduí na Ernesto Geisel é de responsabilidade de duas empresas, sendo a Gimma Engenharia, que cuida do lote 1, bem em frente ao Shopping Norte Sul; e a Dreno, que é encarregada nos lotes 2 e 3. O Jornal Midiamax foi visitar a obra nesta terça-feira (17) e verificou que, nos lotes gerenciados pela Dreno, não há nenhuma movimentação de maquinário ou trabalhadores. Em contato por telefone, a empresa, com sede no Paraná, não quis se pronunciar.

De acordo com o secretário da Sisep, Rudi Fioresi, não há informações se aconteceram as demissões, mas tranquilizou. “Se teve demissões, isso é responsabilidade da construtora, ela vai ter que repor o efetivo. Afinal, ela tem um contrato para cumprir”, pontuou o secretário, confirmando que, de fato, a obra desacelerou o ritmo.

No entanto as estimativas não batem. Em abril de 2018 quando a obra teve o seu ponta pé inicial, havia a previsão de que os três lotes seriam entregues em 18 meses, ou seja, em novembro de 2019. Depois da falta de repasses do Governo Federal, o ritmo diminuiu e cronograma precisou se readaptado.

O primeiro lote, que seria entregue em agosto, em alusão ao aniversário de Campo Grande, mudou para dezembro. Enquanto isso, os lotes 2 e 3 seguem sem data para serem finalizados.

Construtora demite funcionários e obra na Ernesto Geisel volta a ter ritmo lento
Suzana decidiu empreender e abrir loja em trecho que ainda está interditado | Foto: Leonardo de França

A previsão de entregar o primeiro lote em agosto, fez com que Suzana Paula, de 34 anos, abrisse uma loja de roupas na esperanças de que a rua seria liberada e via seria “uma boa” para investir. A empresária reformou o prédio, organizou a loja e com tudo quase pronto, levou “um balde de água fria”.

“Faz umas semanas que inauguramos a loja e quando começamos a planejar a abrir o negócio aqui, analisamos o fato de que a avenida seria liberada em agosto. Em julho comecei o planejamento com fornecedores e depois, tivemos a notícia de que só em dezembro”, afirmou Suzana.

Vale lembrar que, na última semana, o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) liberou R$ 3 milhões à Prefeitura de Campo Grande para conseguir pagar quase 78% das medições pendentes de quitação (R$ 3,8 milhões) na revitalização do Rio Anhanduí. Com isso, a partir da próxima semana, as obras voltarão a ser tocadas em um ritmo mais intenso, tempo necessário para as empreiteiras reforçarem as equipes.

Já embolsou R$ 19 milhões

A Dreno, responsável pela obra de revitalização entre as ruas da Abolição e Aquário, com cerca de 2 km de extensão da Ernesto Geisel, ganhou a licitação com orçamento previsto de R$ 35.375.000,00 para os dois lotes. Do total empenhado na obra, a Dreno já recebeu, conforme dados do Portal da Transparência, R$ 18.975.244,10. Quase 54% do total previsto em 16 meses de obra.

Nos primeiros meses da obra, entre abril e dezembro de 2018, a Dreno recebeu R$ 14.446.145,30 dos cofres públicos para dar segmento na revitalização. Neste ano, ainda segundo o Portal da Transparência, entre janeiro e setembro, a construtora já embolsou R$ 4.529.098,76.

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