As condições dos ônibus ‘velhos’ têm preocupado os passageiros de Campo Grande, como no caso em que o motor do elevador para cadeirantes, na linha 307 do São Conrado, foi deixado exposto, gerando questionamento dos moradores. No entanto, parece que os veículos mais antigos podem não ser a única preocupação dos moradores.
Na terça-feira (18), um ônibus, dos modelos mais novos, que chegaram à Capital em março de 2017, simplesmente perdeu a roda ao parar em frente ao Shopping Campo Grande, na Avenida Afonso Pena. O veículo é da linha 070, que faz itinerário Terminal Bandeirantes/Terminal General Osório.
O vídeo foi publicado pela página do Facebook “Ligados no Transporte” e internautas não pouparam críticas ao Consórcio Guaicurus.
“Infelizmente esse e o nosso transporte público que não e valorizado e muito menos os usuários”, disse um homem, que seguiu comentando que a linha onde o ônibus que perdeu a roda estava, 070, poderia ter veículos articulados devido a constante lotação de passageiros.
Outra internauta até brinca com a situação que é ‘para chorar’. “O transporte público em Campo Grande está uma calamidade. Essa linha 070 então é só por Deus e um copo de boldo”, afirmou.
A reportagem buscou contato com a assessoria do Consórcio Guaicurus em busca de esclarecimentos, mas até a publicação desta matéria não obteve nenhuma resposta.
Confira o vídeo:
Motor de elevador exposto
Preocupada com a integridade dos demais passageiros, uma moradora denunciou a precariedade do elevador destinado aos passageiros cadeirantes flagrado com o motor exposto na última sexta-feira (14), na linha 307 do Jardim São Conrado, em Campo Grande.
A passageira de 21 anos, que preferiu não se identificar, contou que preocupação é por conta das crianças que andam no ônibus, também quando o veículo lota nos horários de pico e principalmente com os cadeirantes que podem ser prejudicados, caso o motor “resolva” pifar.
“As crianças não sossegam no ônibus, ficam para lá e para cá. Quando o ônibus lota é perigoso alguém encostar naquele motor e sei lá, tomar um choque. E também pode dar algum problema quando um cadeirante precisar subir e descer no ônibus, o motor pode estragar e prejudicar”, disse ao Jornal Midiamax.
Ainda segundo a jovem a linha é conhecida por ser fornecida com veículos ‘velhos’. “Normalmente colocam um [ônibus] daqueles mais novos e um velho. Os velhos direto dão problema”, afirmou.
Ônibus novos e vencidos
Em agosto, o Consórcio Guaicurus chegou a anunciar a chegada de 20 novos ônibus, que deveriam começar a circular ainda naquele mês em Campo Grande, sendo dez com ar-condicionado. O processo de renovação foi iniciado no ano passado e, mais de um mês depois, nenhum sinal dos veículos novos na cidade.
Ao contrário de encontrar novos ônibus rodando, o que os passageiros encontram ainda são veículos ‘vencidos’, que já deveriam estar fora de circulação.
Em fevereiro, o Jornal Midiamax teve acesso a documentos que mostraram que 26 ônibus que deveriam ter saído de circulação em 2017 ainda eram usados na frota.
Sete meses depois, apenas 10 ônibus dessa frota ‘vencida’ foram retirados das ruas, permanecendo ainda 16 veículos. O Consórcio Guaicurus não confirmou o número.
A frota se torna ‘vendida’ a partir de 10 anos de uso, conforme prevê concessão entre a Prefeitura Municipal e o Consórcio. O prazo de validade é ampliado para 15 anos os veículos articulados e BRTs.
