Veículos passam do prazo de uso quando completam 10 anos

O Consórcio Guaicurus ainda mantém em circulação 26 ônibus ‘vencidos' no transporte público em . A concessão entre a Prefeitura Municipal e a entidade, regulamenta que os veículos passam do prazo de validade quando atingem 10 anos de uso, desta forma, os carros que ultrapassam essa idade, desrespeita as normas. Para os veículos articulados, prazo pula para 15 anos.

Jornal Midiamax teve acesso a documentos que mostram que carros fabricados em 2007 e que deveriam já ter sido retirados das ruas, ainda circulam com passageiros pela Capital. Apesar do levantamento realizado, o consórcio não confirmou o número oficial da ‘frota vencida'.

Conforme apurado, a Viação São Francisco atualmente tem sete carros que desrespeitam a norma, a Viação Cidade Morena possui 18, a Jaguar, tem apenas um ônibus irregular. Somente a Viação Campo Grande não apontou veículos com prazo de validade ultrapassado.

Flagrante

Apesar da não confirmação, a reportagem flagrou quatro ônibus ‘vencidos' nas proximidades do Terminal Morenão,, na tarde desta sexta-feira (16), sendo que, um deles, em circulação com passageiros.

Os veículos de placa HSI-1046, HSI-1250 e HSI-1247, estavam estacionados nas imediações do terminal rodoviário e possivelmente são ônibus usados como “reforços” nas linhas em que aumentam o fluxo de passageiros no horário de pico.

Circulando na linha 064, que faz trajeto Terminal Guaicurus-Shopping Norte Sul, o carro de placa HSI-0897, parou para o embarque e desembarque dos usuários no Terminal Morenão por volta das 15h00. O mesmo também está incluído na frota que já deveria estar fora das ruas.

Os quatro ônibus flagrados em situação irregular pertencem à Viação Cidade Morena.

Fiscalização

No ano passado, os números de ônibus vencidos chegaram a quantidade parecida: 25. Na época, 23 novos ônibus chegavam a Campo Grande. Parte chegou à cidade em março e a outra metade, em outubro.Com 26 ônibus vencidos circulando, consórcio descumpre concessão

Contatada há mais de uma semana, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), que fiscaliza os veículos em nome da Prefeitura Municipal, não se pronunciou sobre a situação. E em contato com a assessoria de imprensa do consórcio, a empresa preferiu se calar.

O que os passageiros dizem

Usuária das linhas 117, 108, 108, 087 e 089, Laura Pontes, de 38 anos, auxiliar na Santa Casa de Campo Grande, afirma que situação dos ônibus vencidos devem ser averiguados pela prefeitura e que melhorias sejam exigidas da concessionária.

 “Os ônibus realmente estão bem velhos. Quando chove, chove mais dentro do que fora do ônibus. A população já faz sua parte que é reivindicar, agora cabe à Prefeitura cobrar para que seja cumprido o que está no contrato” disse.

Já para o aposentado Francisco Anastácio, de 66 anos, a situação do transporte público não deveria passar por situações como essa. “Moramos em uma Capital e não em cidades do interior. Acredito que só não colocam mais ônibus novos porque não querem”, relatou.

A funcionária pública, Márcia Aparecida Pereira, de 52 anos, mora no Bairro Panamá e trabalha no Bairro Caiçara, não só chamou atenção para os ônibus vencidos como para a precariedade até mesmo das campainhas, conhecidas popularmente entre os moradores como a “cordinha”.

“Tem alguns ônibus que a cordinha não funciona. Trabalho na escola em que tem um ponto de ônibus perto, uma vez fui puxar, mas não funcionava. Desci no ponto à frente depois de falar para o motorista e voltei andando”, contou à reportagem.