UFMS também terá disciplina que trata impeachment de 2016 como golpe
Matéria integrará grade disciplinar a partir de março
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Matéria integrará grade disciplinar a partir de março
Assim como outras universidades públicas brasileiras anunciara, a Faculdade de Filosofia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) também terá um curso de filosofia política tratando como golpe de estado o processo de impeachment de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). As aulas começam em 20 de março de 2018.
O coordenador do curso da UFMS, Stefan Vasilev Krastanov, explicou ao Jornal Midiamax que além da universidade aqui na Capital, outros sete campus no país já têm o assunto incluído na matéria. “Outras universidades públicas no Brasil já têm adesão e acreditamos que a maioria no país vai aderir o assunto ao curso”, disse à reportagem.
Ainda conforme o professor, a ideia de incluir conteúdo na grade disciplinar partiu de um grupo em São Paulo, que inclusive já teria tema incorporado na matéria. “A ideia é fazer a nossa manifestação acadêmica sobre o golpe”, definiu Stefan.
No entanto, o conteúdo entrará na grade como opcional e não apenas os acadêmicos do curso poderão assistir às aulas, mas sim qualquer pessoa interessada. “Qualquer um interessado pode fazer, qualquer pessoa pode frequentar” declarou o professor.
Para os interessados, Stefan explicou que basta procurar a coordenação do curso de filosofia e candidatar-se a assistir orientações da matéria. “Vai ter divulgações ainda e a gente espera bastante público”, finalizou.
Polêmica
Na Capital do país o assunto tem gerado grande polêmica, pois na UnB (Universidade de Brasília) a disciplina foi adotada e causou crítica por parte do ministro da Educação, Mendonça Filho nas redes sociais. Em sua conta no Twitter, ele criticou a proposta da universidade federal.
“Lamento que uma instituição respeitada e importante como a Universidade de Brasília faça uso do espaço público para promoção de militância político-partidária ao criar a disciplina ‘O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil’”, disse Mendonça Filho.
Agregação das demais universidades públicas do país se deu em manifesto à declaração do ministro, divulgou o G1.
Nesta segunda (26), a Comissão de Ética Pública da Presidência informou que o ministro terá dez dias para prestar esclarecimentos em processo que apura se ele cometeu abuso de autoridade no exercício do poder ao se manifestar contra a UnB.
Discussão
Depois de criticar a decisão da universidade, Mendonça Filho foi rebatido pela ex-presidente Dilma Rouseff (PT), que o chamou de “pseudo-ministro” na mesma rede social.
“Os atos do pseudo-ministro são uma terrível agressão à autonomia universitária, à cultura acadêmica, à livre circulação de ideias e à própria democracia. É abuso típico dos estados de exceção. Os maiores inimigos da cultura e da educação.”
E prosseguiu afirmando: “Censurar, agora, uma disciplina na UNB que caracteriza como golpe o processo inaugurado pelo impeachment, em 2016, deixa evidente o aprofundamento do arbítrio e da censura durante o impeachment, sem crime de responsabilidade, tentaram de todas as formas bloquear a denúncia do novo tipo de golpe que estava ferindo a democracia brasileira”, finalizou em publicação dividida em dois ‘tweets’.
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