No último dia 26 de julho, o antropólogo Rubem Ferreira Thomaz de Almeida faleceu, aos 68 anos, depois de lutar bravamente contra um tumor. Infelizmente Rubem não resistiu às intervenções cirúrgicas pelas quais precisou passar.

Rubem exercia estudos e trabalhos voltados ao povo indígena como forma de lutar pelos seus direitos. Seu trabalho, segundo o museu da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), visava manter o vínculo cultural e incentivar políticas e estudos antropológicos para criar compromissos morais com as aldeias.

Em nota oficial divulgada pelo museu, o antropólogo foi homenageado não só pelo trabalho realizado, mas por ser para todos com quem trabalhava “um amigo solidário aos seus amigos e companheiros de geração, generoso, alto astral, sempre lutando por dias melhores, de alguém que como parceiro foi essencial às lutas e modos de agir contemporâneos do povo”.

Morre o primeiro diretor-executivo do Greenpeace Brasil
(Imagem: Reprodução)

Nas redes sociais do Greenpeace Brasil, a organização lamentou a morte do pesquisador. “É com tristeza que compartilhamos a notícia da morte do antropólogo Rubem Ferreira Thomaz de Almeida, o Rubinho, primeiro Diretor-Executivo do Greenpeace Brasil. Ele seguirá inspirando a todos nós na busca de um Brasil mais justo e respeitador dos direitos dos povos originários”.

O antropólogo

Rubem formou-se em ciências econômicas, pelas Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo e em ciências sociais pela USP (Universidade de São Paulo). Ainda acadêmico, Rubinho entrou para o Proyecto Pai-Tavyterã, iniciando um trabalho junto aos Kayowá-Ñandeva.

O trabalho com os indígenas se edificou a partir da sua participação no encontro que ficou conhecido como ‘Declaração de Barbados’, em 1971. Um simpósio de antropólogo e estudiosos que lutavam pela libertação dos povos indígenas.

Rubinho fazia parte de um grupo de estudiosos que exigiam pesquisas antropológicas pensadas em alianças conscientes e estratégias com os indígenas. Passou a atuar produzindo intervenções e parcerias por meio do Projeto Kayowá-Ñandeva, realizado em Mato Grosso do Sul entre os anos de 1976 e 1986, que serviu como tese para seu mestrado em Antropologia Social, na UFRJ.