Há 50 anos, o ex-presidente Jânio Quadros (Campo Grande, 25 de janeiro de 1917 – São Paulo, 16 de fevereiro de 1992) desembarcava em Corumbá – cidade a 450 quilômetros de Campo Grande – para confinamento de 120 dias decretado pelo governo militar.
Segundo publicações da época, em 1968, Jânio desrespeitou a proibição de fazer pronunciamentos políticos e foi punido com um confinamento em Corumbá, então no estado de Mato Grosso, por 120 dias, conforme portaria assinada pelo ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva.
A edição de 30 de julho de 1968, da Folha de São Paulo teve como manchete “Janio confinado por 120 dias”.
“Acompanhado da esposa Eloá Quadros, o ex-presidente Jânio Quadros desembarcou às 11h desta terça-feira (30) em Corumbá, em Mato Grosso (hoje, Mato Grosso do Sul), para o confinamento de 120 dias decretado pelo governo por causa de declarações políticas concedidas à imprensa.
Na chegada, Jânio seguiu para o Hotel Santa Helena, onde deverá cumprir a determinação do governo. Na portaria do hotel, policiais impediram a aproximação de jornalistas. Alguns círculos militares sustentam a opinião de que houve uma precipitação do governo, que, com a adoção da medida, “só veio ressuscitar um político falecido”.
O ex-presidente ficou no apartamento 606 do Hotel Santa Mônica e era vigiado pela Polícia Federal. Diz a lenda que o ex-presidente transformou o confinamento em uma temporada de férias, promoveu festas e foi recepcionado pela sociedade local.
Confira outras curiosidades da vida do presidente campo-grandense em matéria publicada pelo Jornal Midiamax em 2017, em seu centenário de nascimento.
*Historiadores apontam que o nascimento de Jânio teria acontecido em Miranda e apenas o registro em Campo Grande. Informações do Palácio do Planalto indicam Campo Grande como cidade natal.
