Sem previsão de materiais básicos, cadeirantes voltam a protestar na Sesau

Pedido feito há quatros meses ainda não foi atendido

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Pedido feito há quatros meses ainda não foi atendido

Grupo de cadeirantes se reuniu nesta quarta-feira (14) na frente da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) para pedir materiais básicos – de uso contínuo – que estão em falta na rede pública. O problema foi confirmado pela assessoria de comunicação que admitiu não ter previsão para solucionar a questão.

A lista é grande. São mais de 15 itens em falta, entre eles: sonda de alívio,  uropen, xilocaína, coletor de urina, gaze, esparadrapo, fraldas, pomada de própolis, ataduras, pomada de papaína, soro fisiológico, luva látex e medicamentos diversos. 

Conforme as denúncias, os materiais estão em falta desde agosto de 2016. Em janeiro deste ano, o grupo esteve na Secretaria para pedir que os itens fossem disponibilizados. Na ocasião, a secretaria-adjunta Andressa de Lucca Bento, disse que o problema seria solucionado em 30 dias, o que, segundo os manifestantes, não ocorreu.Sem previsão de materiais básicos, cadeirantes voltam a protestar na Sesau

“Prometeram que iriam disponibilizar os materiais necessários, mas o prazo venceu e continuamos na dependência. Gastando do nosso salário para comprar”, observa Gonçalo Mecchi, de 56 anos, que teve uma das pernas amputadas há 6 anos, em decorrência de trombose. Ele diz que gasta em torno de R$ 500,00 com medicamentos que não são encontrados nas unidades de saúde da Capital.

Sueli Regina Garcia Pereira, de 66 anos, é tetraplégica e sobrevive com a renda de um salário mínimo, no entanto gasta cerca de R$ 540,00 com materiais e medicamentos. “Isso é muito triste porque é um direito meu que não está sendo respeitado”, frisa. 

Além dela, o filho Fábio Garcia, de 33 anos, também depende dos materiais em falta na rede pública. “Meu filho ficou paraplégico depois de sofrer um acidente. Ele tem a aposentadoria dele, mas gasta a maior parte do dinheiro que ganha com os medicamentos e materiais”, relata. 

Jurandir de Oliveira Silva, de 40 anos, é cadeirante há oito anos. Ele reclama da situação da rede pública de saúde de Campo Grande. “Na semana passada tive de comprar coletor de urina porque o médico me pediu um exame e não tinha coletor na Unidade Básica de Saúde do Coronel Antonino. Isso é um absurdo”, declara.

Outro problema apontado pelo grupo é em relação às sessões de fisioterapia. De acordo com as informações, a espera chega a até 40 dias.

“Antes as sessões já eram todas agendadas, mas agora fazemos pacotes de 10 sessões e quando acaba temos de marcar consulta com o médico para que ele faça um novo pedido de mais 10 sessões e nisso esperamos entre 20 e 40 dias. O que evoluímos em uma sessão perdemos no tempo em que ficamos esperando”, lamenta Jurandir. 

A assessoria de comunicação da Sesau confirma ao problema, no entanto, alega a entrega de materiais realizada no início de março à todos os cadastrados nas unidades da rede pública de saúde e destaca que no mesmo mês foi solicitado um novo pedido de compra que está travado por questões burocráticas e que por este motivo, não há previsão para que seja finalizado.

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