Prefeitura vai fiscalizar construção de muro que pode deixar famílias ‘ilhadas’ na Capital
Acesso à residências é apenas por uma área particular
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Acesso à residências é apenas por uma área particular
A Prefeitura vai fiscalizar através da Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana), a atual situação da área onde residem sete famílias que podem ficar ilhadas pela construção de um muro em um terreno particular, no Portal Caiobá II, em Campo Grande.
Eles detalharam também que a área onde as famílias estão, localizada logo atrás do Ceinf (Centro de Educação Infantil) Sandra Mara Gobbo, é uma área pública e ao lado está a área particular. E que de acordo com a planta do município a Rua Pará termina na Rua Francisco Antônio de Souza, onde fica a creche. Sendo assim, os moradores só teriam acesso às suas casas pela área que vai ser murada.
Impasse
Sete famílias residentes de um comodato podem ficar impedidas de sair ou entrar em suas casas pois o único acesso que teriam é dentro de uma área particular localizada entre as ruas Francisco Antônio de Souza, Mangabá e Leão Zardo, no Portal Caiobá II.
A proprietária da área de 12.618.50 metros quadrados, Liria Segovia Tobias da Silva, diz que precisa levantar um muro para que o projeto de construção de um condomínio seja aprovado. O problema é que o muro ficaria rente à entrada das casas, deixando assim as famílias ilhadas.
Para os moradores, o problema maior é a forma como as coisas estão sendo feitas. Eliane de Almeida, 38 anos, supervisora, contou ao Jornal Midiamax que assinaram a autorização para construção do muro pois se sentiram coagidas. “Ela veio aqui numa quinta-feira às nove horas da noite, estávamos sozinhas sem nossos maridos. Ela veio com esse tal Sebastião. A gente acabou assinando”, disse.
“A gente quer o direito de ir e vir. Agora eles vieram aqui, arrancaram meu portão, a árvore que estava na frente de casa e começaram a cavar. Como a gente sai de casa assim? ”, disse Eliane.
Sobre a situação das famílias ser irregular, eles afirmam que possuem os contratos de compra e venda das casas, e que já foram até a prefeitura pedir a regularização. “A gente comprou as casas, tem os contratos. Procuramos a prefeitura que disse que vai regularizar nossa situação. Mas a gente quer poder sair e entrar nas nossas casas”, falou Maykon Jeferson, 33 anos, vigilante.
“Era para ter uma rua aqui. Era para ser a continuação da Rua Pará. A gente não tem outro lugar para poder sair de casa, é só aqui”, complementou.
Para o aposentado, Edson Bezerra, 81 anos, o problema maior é a falta de respeito. “O que a gente quer é simplesmente o respeito. Se a área for deles mesmo, eles podem fazer o muro. Mas dá um prazo para gente. A gente não tem recurso. Faz as coisas dessa forma e fica todo mundo preso dentro de suas casas aí não tem condição”, desabafou.
”O nosso pedido é de socorro. Nós estamos agredidos, não podemos nem sair daqui, nem entrar nem nada. Chega aqui uma máquina faz um buraco, quase derruba nossa casa. Puxa vida é um negócio muito chato né”, exclamou.
Área particular
De acordo com a proprietária Liria Segovia Tobias da Silva, a área é dela desde o ano 2000. E que a única coisa que ela quer é construir o muro para que seja liberado o projeto para construção de um condomínio.
Para o corretor de imóveis e representante de Liria, Sebastião Ferreira dos Santos, o comodato é um assunto que não interessa a eles. O que eles querem é construir o muro para aprovação do projeto.
“Essa parte pode ser particular, pode ser da prefeitura. Não nos interessa porque não é dela. A parte dela é essa outra, então se ela tem esse documento dizendo que ela é a legitima proprietária do imóvel, mesmo que eles sejam proprietários legítimos da outra parte, um não pode impedir o outro de construir o muro” explicou.
Segundo, Liria, o esposo dela apenas identificado como Arnaldo, esteve no local antes para avisar sobre a possível construção do muro aos moradores. “Desde o ano passado meu esposo veio e falou que futuramente ia passar o muro”, disse.
Sebastião ressaltou que não é obrigação da proprietária avisar sobre a construção. “Isso aqui não é uma obrigação dela falar pra vocês uns meses antes ou depois. A área é dela. Ninguém pode impedir dela murar. Ninguém. Nem a prefeitura vai chegar aqui e dizer não vai murar. Nem a prefeitura pode fazer isso. Porque a área é particular, a menos que tenha o projeto de passar uma rua por aqui. Essa questão é coisa de quem não conhece, eu conheço”.
“Nós vamos lá na Semadur. Vamos registrar o boletim de ocorrência e é isso”, concluiu.
*Colaborou Guilherme Cavalcante e Wendy Tonhati
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