Lendas urbanas? MS tem histórias de dinossauros, lobisomem e até meteoro

Casos foram registrados no interior do Estado

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Casos foram registrados no interior do Estado

O folclore em Mato Grosso do Sul pode ser mais rico do que se imagina. Por aqui tem de tudo. Há quem acredite que exista em Corguinho um portal para extraterrestres, lobisomem em Iguatemi e agora encontram um suposto meteoro em Nioaque, município intitulado “Vale dos Dinossauros”. Desta vez, em um vídeo enviado ao Jornal Midiamax, moradores da cidade especulam que a pedra tenha vindo do céu.

Na gravação, os moradores contam que o ‘meteoro’ foi encontrado em uma chácara da cidade, e a tese dos amigos é profunda; acreditam que granizo tenha sofrido alteração ao passar pela atmosfera por causa do aspecto “queimado”. “Vi essa pedra um tanto escura, peguei na mão, achei pesada. A cor muito preta, e um lado como se estivesse sido queimado”, descreveu, o dono do objeto.

A descoberta de um material supostamente espacial não é a primeira situação incomum de Nioaque,  distante a 165 quilômetros de Campo Grande. Já na entrada da cidade.  uma escultura de dinossauros dá as boas-vindas e indica um lugar, no mínimo, curioso. No município existem pegadas que podem ter sido deixadas por dinossauros há cerca de 140 milhões de anos, o que tornou o extinto animal o símbolo local.

 
Veja o vídeo.

Interior e suas lendas

Nesta semana em Iguatemi, a 466 quilômetros da Capital, a aparição de um suposto lobisomem tirou o sossego da cidade de 14 mil habitantes e provocou uma caça ao monstro. Moradores afirmam que o bicho tem circulado pela cidade, e se intensificou após uma mulher registrar um boletim ocorrência denunciando um suposto ataque “por um animal de grande porte e peludo”.

A polícia garantiu que não encontrado nada de anormal no local, entretanto, a população decidiu saiu armada com pau, foice e até pedras nas ruas à caça do Lobisomem. Em um dos vídeos da perseguição, no escuro, as pessoas afirmam: “Ele está olhando pra nós, bicho. Parece que tem um troço olhando pra nós, bicho, lá em cima da casa lá, está vendo? (sic)”.

Em 2010, o personagem ET Bilu de Corguinho ganhou repercussão nacional com a mensagem “Busquem conhecimento”. A criatura extraterrestre, em vídeo, dizia saber falar qualquer língua humana do planeta Terra e utiliza uma característica voz infantil para, de acordo com ela própria, provocar uma sensação de tranquilidade. Tal característica fez o ET Bilu virar um fenômeno na internet, com diversas paródias de suas manifestações e imitações de sua voz. O suposto ET é visto como uma farsa total pela própria comunidade de ufólogos brasileiros

Boato ou verdade?

Boatos à parte, o geólogo João Paulo Matos Lopes analisou a imagem e o vídeo que mostram a pedra, e aconselhou a quem está com o material que primeiramente verifique se o objeto tem capacidade magnética, como atração de imã – pois meteoros são constituídos 99% de ferro -, e se o peso é anormal para o tamanho. “Outra coisa a ser feita é riscar esse material num pedaço de mármore branco e ver se o risco dele é vermelho”, explicou.  

Segundo ele, o material pode se tratar de uma pedra vulcânica de 600 milhões de anos, mas para não criar mais uma especulação, ele explicou que a pedra poderá ser analisada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Campo Grande, e adiantou: “O objeto não tem nenhum valor financeiro, mas sim para estudo”.

Para Andriolli Costa, pesquisador de cultura popular,  o grande ponto do lobisomem é sobre como essas histórias encontraram um meio extramente propício para sua circulação – que são as redes sociais. “Isso acontece muito hoje. Histórias de lobisomem tem circulado bastante nas redes sociais. Inclusive, ano passado, a mesma foto circulou pelo Facebook e Whatsapp dizendo que um lobisomem havia sido avistado em Dourados/MS, Taubaté/SP, Cachoeirinha/BA e várias outras cidades”.

E completou: “A mensagem está aí: é a segurança, preocupação e proteção da comunidade. Chama atenção por que é um lobisomem, mas a população podia ter feito a mesma coisa de ir a caça com paus e pedras se fosse o caso de um pedófilo ou criminoso. O que muda é o fantástico. E fica o alerta para tomar cuidado com os boatos, que nas redes sociais encontram o rastilho de pólvora ideal”.

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