Falhas no monitoramento de áreas de eucalipto contribuem para incêndios
Diversos órgãos atuam na prevenção
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Diversos órgãos atuam na prevenção
Apesar de campanhas, monitoramentos e prevenções, o pior aconteceu. Mais de 2 mil hectares foram queimados – destes, 500 hectares de plantação de eucalipto – no incêndio que atingiu área da fazendo Boi Preto, localizada no município de Ribas do Rio Pardo, a 97 quilômetros de Campo Grande. A grande extensão de áreas críticas, entre elas as plantações de eucalipto, dificulta o monitoramento.
Apenas 65% da área plantada de eucalipto, que já chega a 1 milhão de hectares, é monitorado pela Reflore (Associação Sul-mato-grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), que atua na prevenção e combate a incêndios.
“Infelizmente a empresa que pegou fogo não é associada da Reflore, então não estava sendo monitorada, não temos controle, mas estamos ajudando. O presidente Moacir Reis está na propriedade e mandamos caminhões-pipa. Estamos tentando ajudar”, relata Benedito Mário Lázaro, diretor executivo da Reflore. “Temos 16 empresas associadas e a área total dessas empresas representa 65% da área plantada. A Eldorado e a Fibria tem quase 50% desta área”, acrescenta.
Benedito afirma que as próprias empresas que plantam o eucalipto, cuidam de suas respectivas áreas, com pessoal treinado e equipamentos. Ele ressalta que as duas gigantes da celulose – Fibria e Eldorado – fazem monitoramento de suas áreas com câmeras, mas não são suficientes para atingir todas as áreas.
“Ainda não sabemos a causa do incêndio, alguns são acidentais, mas falamos todos os anos na campanha para não jogarem plástico, lixo, vidro; porque [com a ação do] sol, o calor e o ar seco, podem causar incêndio”, alerta Benedito. A Reflore atua na região leste do Estado colocando outdoors e fazendo panfletagem ao longo da BR-262 e ministrando palestras nas escolas da região “tentando massificar o assunto”. O diretor-executivo da Reflore aconselha que, ao visualizar algum foco de incêndio acione imediatamente o Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193 e avise a Reflore, pelo número 3341-4933.
O CBM-MS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) realiza o monitoramento dos focos de calor no Estado através dos dados e imagens de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), porém, conforme o tenente-coronel Waldemir Moreira Júnior, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, cada plantação tem sua própria brigada contra incêndios.
“Eles (fazendas com florestas plantadas) tem uma brigada de emergência para intervenções imediatas. Todas as empresas que plantam eucalipto tem sua própria brigada. Quando a brigada não dá conta, acionam o plano de emergência, que é chamar o Corpo de Bombeiros. O incêndio de Ribas do Rio Pardo já iniciou forte e nos acionaram. Mas todos foram trabalhando. Contei 6 caminhões-pipa e mais de 10 equipes de brigadistas e pessoas trabalhando com maquinário”, contou o tenente-coronel Moreira. Segundo ele, três equipe do Corpo de Bombeiros foram deslocadas para o incêndio e uma ainda permanece no local para coordenar a força-tarefa.
A área atingida pelo fogo faz parte de propriedades particulares e reservas estaduais, o que foge da competência do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). “Somos responsáveis por terras da União e não temos atividades previstas para a área”, afirma Márcio Ferreira Yule, coordenador estadual do Prevfogo do Ibama/MS.
Conforme dados enviados por Márcio, entre os meses de julho e agosto deste ano, as 4 brigadas do Ibama combateram 47 incêndios, totalizando 337 hectares. Tais brigadas estão localizadas nas aldeias kadiwéu Alves de Barros e São João, em Porto Murtinho, na aldeia Limão Verde, em Aquidauana e uma em Corumbá, “que é o município mais crítico do Estado”, ressalta. O Ibama também realiza o monitoramento através das imagens do Inpe e, quando necessário, envia alertas para as brigadas.
Em junho deste ano o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) reativou o Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, porém, conforme foi divulgado na ocasião, o foco estava concentrado na prevenção de incêndios na região do Pantanal. O comitê estava inativo no Estado desde 2013 e retornou integrando 10 instituições públicas e entidades civis, incluindo a Reflore, Ibama e Corpo de Bombeiros. Até o momento do fechamento deste texto não conseguimos contato com o responsável do comitê para saber de medidas do Imasul em relação às florestas de eucalipto.
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