Depois de especulação, Temer faz mudanças em demarcação de terras indígenas

Mudanças são criticadas por representantes indígenas

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Mudanças são criticadas por representantes indígenas

Governo Federal publicou no DOU (Diário Oficial da União), nesta quarta-feira (18), portaria que cria o GTE (Grupo Técnico Especializado) com o objetivo de fornecer subsídios em assuntos que envolvam demarcação de Terra Indígena.

A possibilidade de mudanças na demarcação já era especulada desde dezembro do ano passado e alvo de críticas por diversos representantes indígenas que dizem que, na prática, as mudanças  vão beneficiar os ruralistas.

Pela portaria nº 68, de 14 de janeiro de 2017, o GTE será composto por representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio); Consultoria Jurídica; Secretaria Especial de Direitos Humanos; e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O grupo avaliará os processos de demarcação de terra indígena submetidos à decisão, subsidiando o Ministro de Estado da Justiça e Cidadania com todos os elementos necessários ao exercício da competência.

A demarcação de terras indígenas é regulamentada pelo Decreto nº 1775/96 e entre os itens, prevê estudos de identificação e delimitação (a cargo da Funai); declaração dos limites (a cargo do Ministro da Justiça) e a demarcação física (a cargo da Funai). 

ntre as atribuições, estão a realização de diligências, a serem cumpridas no prazo de noventa dias; audiência pública para debates sobre a matéria do processo e possibilidade de participação das partes interessadas, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas.

A portaria diz ainda que o GTE deverá verificar “provas da ocupação e do uso históricos das terras e dos recursos por membros da comunidade, bem como da reunião das condições necessárias para a caracterização do território para o desenvolvimento da comunidade; desenvolvimento de práticas tradicionais de subsistência; de rituais, bem como a delimitação de terra em extensão e qualidade suficiente para a conservação e o desenvolvimento de seus modos de vida; demonstração de que a terra garante o exercício contínuo das atividades de que obtém o seu sustento, incluindo a sua viabilidade econômica, e das quais dependa a preservação de sua cultura; a toponímia da área em linguagem indígena; estudos e documentos técnicos; o cumprimento da jurisprudência do STF sobre a demarcação de Terras Indígenas”.
 
Outra crítica feita pelos indígenas é com relação à presidência da Funai e à PEC (Projeto de Emenda à Constituição) 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas. Para os índios, a proposta é um retrocesso na luta pelo território.

Conteúdos relacionados