Último assentamento foi criado em 2009
Cerca de 300 trabalhadores rurais sem-terra estiveram na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, na manhã desta terça-feira (29), em busca de apoio dos parlamentares para destravar a Reforma Agrária. Os processos no Estado estão parados há pelo menos 9 anos.
Rodionei Merlin, representante do MAF (Movimento da Agricultura Familiar), informou que o grupo vai entregar uma carta pedindo ajuda a vice-governadora, Rose Modesto (PSDB), ao diretor-presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Enelvo Felin e também ao secretário Carlos Assis, titular da Sad (Secretaria de Administração e Desburocratização).
Oito movimentos de trabalhadores sem-terra, em torno de 500 pessoas, ocupam desde essa segunda-feira, dia 28 de agosto, a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na Capital. De acordo com Merlin, o acampamento sé mantido até uma resposta de Brasília.
Movimento sem-terra em MS vive marasmo
O ano de 2016 foi praticamente nulo para a reforma agrária em Mato Grosso do Sul. Os processos de regularização de terras foram paralisados em abril por determinação do tribunal de Contas da União (TCU), após realização de uma auditoria que apontou duas mil fraudes e irregularidades graves no programa. Nove meses depois, a reforma vive um marasmo. Não ha novas famílias cadastradas e sequer há previsão para novos assentamentos.
Para se ter ideia da situação, o último assentamento criado pelo Incra em MS foi o PA Nazareth, em Sidrolândia, que beneficiou 171 famílias. A partir daí, não existiu sequer previsão ou meta de novos loteamentos. Enquanto isso, há aproximadamente 25 mil pessoas esperando por terra em Mato Grosso do Sul. Ao todo são 48 acampamentos de sem-terras; O maior é em Japorã, com 1,6 mil famílias.