Som alto incentiva a aglomeração

A confusão e o tumulto após encerramento das comemorações do Cordão Valu, na Esplanada Ferroviária, na madrugada desta quarta-feira (1º), foi motivado pelo som de carros que permaneceram na área do evento. A afirmação é da criadora do evento, Silvana Valu, que ressalta que esses veículos incentivam a aglomeração e não deveriam ter acesso ao local.

Para impedir a ação de vândalos, que desobedeceram a ordem de desocupação do local e passaram a arremessar garrafas e gelo contra viaturas, uma equipe do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar) foi acionada. Os militares treinados utilizaram bombas de gás lacrimogêneo, que é uma ação comum para evitar confrontos, explicou o subcomandante  do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar), major Marcus Pollet. 

Silvana não presenciou a confusão, pois o evento já havia sido encerrado. Segundo ela, durante 11 anos de Cordão, nunca houve registros de confusão e garante que a única preocupação todos os anos é com a falta de banheiros e lixeiras. 

“Orientei todas as pessoas, que assim que terminassem o evento voltassem para suas casas e respeitassem os moradores. Pedi aos comerciantes que fechassem cedo, pois hoje seria um dia normal e os moradores precisavam de uma noite tranquila”, explica Silvana.

A organização do evento também acatou um pedido da Guarda Municipal, feito há uma semana, para que o horário de encerramento fosse reduzido. E foi, das 0h para 23h.

“O que eu acho é que carros de som não deveriam ter acesso aquele local. Isso foi falado desde de janeiro que eles (carros de som) poderiam atrapalhar o carnaval, porque já tinha acontecido com outro bloco. Teremos que tomar novas estratégias para prevenção e não de repressão”, pontua.

Para Silvana, este tipo de confusão joga todo um trabalho de organização no lixo. E ao invés de focar na beleza do Carnaval, engrandece a violência.

“Temos uma luta de 11 anos para que a festa saia bonita e isso vem acontecendo. O que aconteceu foi um fato isolado. Talvez as autoridades não saibam lidar com essa situação de Campo Grande, que é um Carnaval deste tamanho”, finalizou.