Cachorros têm parada cardíaca e morrem durante queima de fogos do Reveillon

Cães foram resgatados da rua

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Cães foram resgatados da rua

Uma protetora de animais de 64 anos, que preferiu não se identificar, compartilhou neste domingo (1º) pelas redes sociais seu descontentamento com a prática da queima de fogos de artifício, que acontece todos os anos na virada do ano em diversos bairros de Campo Grande. No momento da queima, dois cachorros resgatados da rua que ela abrigava em casa vieram a óbito após sofrerem uma parada cardíaca por causa dos fogos.

Ela conta que abriga mais de 20 animais encontrados na rua ou abandonados, e que poucos minutos antes da meia noite do sábado (31) três dos cães que ela abrigava em casa começaram a sofrer uma parada cardíaca ao mesmo tempo.

“Eu moro sozinha e não tinha como socorrer os três, e se eu saísse de casa pra procurar ajuda corria perigo deles ficarem ainda mais desesperados”, contou a protetora. Ela diz que ficou chocada com o acontecimento e que está muito abalada com a perda dos cães.

Ela explica que um dos cães que sofreram a parada cardíaca conseguiu ser socorrido. O boxer Temer, que ela socorreu há cerca de 20 dias, começou a ter um ataque mas sobreviveu graças a uma massagem cardiáca executada pela protetora.

Já a cocker Chorona e o vira lata Dudu não puderam ser socorridos a tempo e faleceram. “Eles estavam todos desesperados e pulando em mim ao mesmo tempo, eu não tinha o que fazer”, diz a protetora, arrasada.

A cocker havia sido resgatada após ter sido abandonada em uma clínica veterinária, havia três meses, e se recuperava de um problema na visão. “Ela já tinha melhorado muito desde que chegou, já conseguia andar pela casa sem trompar nos móveis”.

Já Dudu estava na casa da protetora temporariamente. Ela decidiu abrigar o cachorrinho a pedido do Abrigo dos Bichos, uma ONG que cuida e resgata animais abandonados. Dudu tinha sido resgatado por um parceiro do Abrigo, após ter sido abandonado em um poço para morrer, e na época se encontrava muito doente.

Problema de Sempre

Todos os anos, a idosa explica que passa por situações parecidas. “Sempre tem esse problema com os cachorros na época do fim de ano. Mas eu não esperava que eles fossem a óbito. Essa é a primeira vez que isso me aconteceu”.

Ela diz que se prepara para os fogos colocando um colchão em sua sala para ficar próxima aos bichos, para tentar acalmá-los. “Mesmo assim, quando começa eles ficam desesperados”.

A protetora conta que o que causou todo o alvoroço entre os cachorros foi uma casa de eventos próxima, que desde às 21h do sábado já vinha soltando os rojões ao lado do abrigo. Ela diz que a casa, entretanto, tem permissão da Prefeitura para realizar a queima dos fogos, o que faz anualmente. 

Outros Casos

Em Três Lagoas, cidade a 338 quilômetros de Campo Grande, a queima de fogos já foi questionada pelo promotor de Justiça e Meio Ambiente Antônio Carlos, que explica que o evento promovido pela Prefeitura do município próximo à Lagoa Maior faz mal aos animais.

Na Lagoa, animais silvestres como capivaras, jacarés e pássaros são expostos à luz e ao som ofensivo dos fogos de artifício, e fica assustados, podendo ir a óbito.

“Não tomei medidas judiciais por que acreditava que os órgãos ambientais fossem interferir, mas se desta vez este pedido não for atendido pretendo agir judicialmente”, explicou Antonio sobre questionamentos que fez à Prefeitura da cidade para que ao menos realize a queima em outro lugar.

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