Bicicletas abandonadas são reformadas em penitenciária e doadas a crianças carentes

Cerca de 300 bicicletas foram destinadas ao projeto

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Cerca de 300 bicicletas foram destinadas ao projeto

Bicicletas recuperadas pela polícia, mas que não são retiradas pelos donos, ganham uma destinação social na cidade de Três Lagoas –  município a 325,8 quilômetros de Campo Grande. Elas são reformadas por detentos na Penitenciária de Segurança Média local e destinadas ao projeto social “Comunidade Educa”, que proporciona atividades esportivas, artísticas e de lazer a crianças carentes do município.

A ação é uma solução prática e com fim social que estimula a ocupação produtiva dos internos, incentivando a ressocialização, e ajuda diretamente a quem precisa. No presídio, seis internos trabalham na reforma das bicicletas, desde a desmontagem, funilaria, pintura padronizada na cor laranja e reposição de peças, além de remarcação da numeração de chassi e da identificação do projeto com colagem de adesivo. Pelo trabalho, conquistam um dia de remição na pena a cada três de serviços prestados. Os materiais utilizados são financiados com recursos do Conselho da Comunidade de Três Lagoas.

O reeducando João Pedro Vieira Calisto é um dos responsáveis pelo trabalho e comemora o fato de que as bicicletas irão ajudar crianças da comunidade. O detento ressalta que também vê no trabalho uma oportunidade de aprender uma profissão, que futuramente o ajudará quando estiver em liberdade.

Cerca de 300 bicicletas foram destinadas ao projeto de reforma por presos, que recebeu o nome de “Cidadania em duas rodas”. As primeiras 22 bicicletas reformadas serão entregues neste domingo (19), às 17 horas, na Escola Municipal Marlene Noronha, no bairro Vila Verde, onde acontece o “Comunidade Educa”, com atendimento atual de aproximadamente 200 crianças, proporcionando, nos finais de semana, aulas de capoeira, pintura, xadrez, atividades esportivas, como futebol e basquete, entre outras.

De acordo com o coordenador da “Comunidade Educa”, Luan Freitas, as primeiras bicicletas serão destinadas aos alunos que tiveram melhor desempenho escolar no ano 2016, maior participação no projeto e que acabam se destacando com relação ao comportamento. “Mas a nossa intenção é, com o tempo, atender a todos”, afirma.

Luan explica que as bicicletas não serão doadas às crianças, mas sim emprestadas, com termo de responsabilidade assinado pelos pais ou responsáveis. “Se não zelarem pela bicicleta ou mesmo não se comportarem, não continuarão mais com elas”, explica Luan. “Isso é muito positivo, pois estimula que elas tenham senso de responsabilidade”, completa.

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