é feita às vésperas das Olimpíadas

A região sul do Estado, onde a guerra entre narcotraficantes transformou as ruas da fronteira em praça de guerra, é onde concentra a maior parte das ocorrências combatidas pelo Exército na 11ª Operação Ágata, que ocorre em toda a faixa de fronteira do Estado e do Brasil. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (16), o general Carlos Sergio Câmara Saú, comandante do Centro de Operações explicou que a “a maior parte das ocorrências estão na região e que é o local que requer mais atenção”. 

O general afirmou que exército está expandindo a presença na região de fronteira, reestruturando as localizações e transformando destacamentos em pelotões. Com isso, aumenta-se o efetivo de militares e número de equipamentos. Os destacamentos, segundo Saú, eram de uma época em que a preocupação, era ocupar a fronteira. Agora, a estratégia do Exército mudou e visa aquirir poder de combate na fronteira. 

“Tivemos a implantação de oito pelotões nas cidades de fronteira -sob comando do CMO (Comando Militar do Oeste), Mato Grosso e Mato Grosso do Sul- nos últimos dois anos. Estamos reorganizando algumas unidades, visando as tornar mais leves, para que tenham condições de operar”, explicou o general. Em Mato Grosso do Sul, os pelotões estão Porto Índio, Forte de Coimbra, Barranco Branco, Caracol e Mundo Novo.

Na última quarta-feira (14), o secretário de Estado de justiça e segurança pública de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa disse não descartar a participação do Exército para reforçar a fronteira do Estado. Na próxima semana, ele deve se reunir com o comandante do CMO (Comando Militar do Oeste), General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, para pedir a extensão e aumento de ações da Operação Ágata para o sul do Estado

Com relação à região sul, o comandante diz que segue a implantação do projeto piloto do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras). “O projeto [Sisfron] ainda que sofrendo reflexos da crise econômica prossegue, dotando de meios materiais que vão auxiliar no cumprimento da nossa missão”, diz Saú.

Olimpíadas

A 11ª edição da Operação Ágata começou na última segunda-feira (13). É coordenada pelas Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea) em cooperação com Polícia Federal, PRF (Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), Receita Federal entre outras.

Conforme o general que comanda o centro de operações, a ação faz parte do plano estratégico de fronteira e neste ano, é realizada em aproximadamente 17 mil quilômetros de fronteira brasileira, do Rio Grande do Sul a Roraima. Na área do CMO, são aproximadamente 2 mil quilômetros. O efetivo de militares varia diariamente e na última quarta-feira (15), estava em 2.820 pessoas. 

O comando da operação explica que o número de apreensões até o momento, segue dentro do esperado e que é percebido que os efeitos das operações se prolongam após o término “Com relação ao tráfico, sabemos que mudo o modo e que diminui as quantidades. O objetivo é coibir tudo o que não é permitido e que pare de entrar ilícitos, porque sabemos que tem reflexo nos grandes centros”, diz Saú. 

A operação é realizada às vésperas das Olimpíadas e também tem a preocupação com a fiscalização de produtos controlados pelo exército, como os explosivos. Segundo o general, ainda assim, “não há um temor” da entrada desses produtos no Brasil pela fronteira. A Operação Ágata não tem uma data para terminar. 

Ação Social

Durante a operação, também será realizada a ACISO (Ação Cívico Social), com objetivo de levar atendimento médico, especialmente à população ribeirinha. Nesta operação, o objetivo á fazer um atendimento móvel com embarcações.