é investigada por ter terceirizados realizando funções de efetivos

Servidoras concursadas, que atuam na Semed (Secretaria Municipal de Educação), reclamam que ganham menos que contratados pela Omep ((Organização Mundial para Educação Pré-Escolar)). Segundo as servidoras, que trabalham com serviços de limpeza e de cozinha, não é justo funcionárias que prestaram um concurso, se preparam e pagaram por ele, receber menos que uma contratada, que faz o mesmo serviço.

“Meu salário base é de R$ 797,00, e ainda tem desconto da previdência e o Servmed (plano de saúde). No fim recebe uns R$ 680,00. bem menos que um salário”, diz a funcionária. Ela diz que está em período provatório, e por isso não quer ser identificada.

Segundo ela, colegas que são terceirizadas ganham mais que R$ 1 mil, para fazer o mesmo serviço. “Chega a ser injusto. A gente faz concurso, trabalha com amor, mas infelizmente é a classe que ganha menos. Muito desvalorizado. Merecia ganhar pelo menos um pouco mais que um ”, pondera.

Ela conta que tem dois filhos e a situação só não é de penúria porque é casada e o marido também trabalha. “Sou eu e meu marido para sustentar a família. O meu dinheiro dá só para o mercado. O restante fica por conta dele. E isso porque não faço empresto nenhum, raramente uso médico, porque desconta do salário. Pago o Servmed – mas nem uso porque o desconto é muito grande”, critica.

Outra servidora, que também ganha menos que um salário, diz que trabalha há anos na Prefeitura e a injustiça é antiga. “Isso ai faz tempo. A gente fala, fala, mas não acontece nada. Não valorizam a gente”, diz.

Investigada

A Omep e a (Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária) foram investigadas pelo MPE (Ministério Público Estadual) após denúncias de abrigar funcionários fantasmas e terceirizados realizando funções que deveriam ser atribuições a efetivos e altos salários, discrepantes com a realidade. A ção resultou em um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a Prefeitura de que se estende a todos os terceirizados do município.

Conforme apurado pelo MPE, alguns dos terceirizados contratos pela Prefeitura via OMEP e Seleta sequer trabalhavam para o município, prestando serviços nas próprias entidades, mas recebiam seus salários dos cofres públicos.

As constatações foram consideradas ‘graves' pelo Ministério Público, que recomendou ao prefeito da Capital, que cumpra as obrigações ‘estampadas' no TAC, que seja, a apresentação de um plano cronológico e sistemático para o ‘referido cumprimento', inclusive referente à celebração de concurso público para os serviços considerados ‘essenciais'.

Outro lado

Em coletiva na quinta-feira (31), o prefeito Alcides Bernal ficou de verificar a situação das servidoras e prometeu realizar novos concursos públicos.