Projeto prevê só ensino técnico em escola de MS e multinacional pode ser parceira
Diretor afirma que não haverá ensino médio convencional
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Diretor afirma que não haverá ensino médio convencional
A Escola Estadual Antônio Vicente Azambuja – único estabelecimento de ensino que atende a comunidade de Itahum, distrito a cerca de 60 km de Dourados -, não terá mais ensino médio convencional. É o que informou o diretor, Adriano Cabreira. A escola, que atende 330 alunos de ensino fundamental e médio, terá, a partir de 2017, Ensino Médio Integrado (EMI). Caso o projeto de reforma seja concluído, os alunos terão formação técnica em Agropecuária à partir de fevereiro, segundo o diretor da escola.
A turma “piloto” do projeto será o primeiro ano do ensino médio. A intenção, conforme explicou o diretor, é que, progressivamente, alunos do 2º e 3º ano do ensino médio também integrem o EMI. Uma das empresas interessadas em ser parceira do projeto, de acordo com informações obtidas pelo jornal Midiamax, é a gigante Monsanto.
Além disso, conforme explicou o diretor, a escola não pretende disponibilizar turmas de ensino médio convencional. Os alunos de Itahum, no entanto, tem apenas a Vicente Azambuja para estudar, já que a escola mais próxima fica em Dourados.
“O fundamental vai ocorrer de forma normal, igual estava acontecendo, o diferencial é que, à partir do primeiro ano do ensino médio, a gente vai estar progressivamente implantando o curso técnico em agropecuária. No momento ainda não firmamos nenhuma parceria porque ainda não foi oficializado o curso, a gente está em fase de implantação, ainda, mas, por conta dos próprios estágios que o curso vai exigir a gente vai precisar firmar parcerias”, explicou Adriano.
Adriano afirma que, junto à escola, outra empresa do ramo já estabelece parceria, a Agro Jangada, empresa ligada aos setores do agronegócio de Itaporã, e presente em diversas cidades do Estado. O diretor, ainda assim, negou que a Monsanto seja uma das empresas interessadas. “Não chegamos a dialogar ainda não, ainda estamos em fase embrionária e só depois da implantação que nós vamos firmar as parcerias. Se a viabilização técnica acontecer, tudo indica que em fevereiro o curso se inicia, mas ainda não tem nada certo”, explicou. Questionado, sobre a oferta do ensino médio convencional, ele afirmou que a escola terá “só o agropecuário”.
Uma planilha de 2014, no entanto, mostra a relação das escolas estaduais nos municípios de Mato Grosso do Sul. Em todas as escolas onde há a modalidade de ensino profissional, há também ensino médio convencional, ou ao menos uma escola próxima que oferte.
Indagada sobre o projeto, a SED (Secretaria Estadual de Educação), explicou, por meio da assessoria de imprensa que “o pedido está em análise na Coordenadoria de Políticas para a Educação Profissional (Copep/SED). O funcionamento de cursos técnicos nas escolas da Rede Estadual de Ensino (REE) é advento da análise dos critérios de implantação, entre eles o interesse da comunidade pela formação, a estrutura física das escolas em conformidade à estabelecida para funcionamento dos cursos técnicos, por meio das diretrizes da educação profissional técnica de nível médio, e a compatibilidade com o contexto socioeconômico do município e região, garantindo a empregabilidade dos egressos”.
Sobre a possível parceria com a Monsando, a SED não negou, apenas declarou que “a SED busca parcerias com as diversas instituições e setores para a operacionalização da educação profissional, promovendo a articulação entre os conhecimentos teórico-práticos e a experimentação e vivência do mundo do trabalho”.
Gigante mundial
Sediada nos Estados Unidos, a Monsanto é líder mundial em agronegócio, englobando a área de alimentos, sementes transgênicas e demais experimentos genéticos e defensivos agrícolas, os agrotóxicos. Ela foi fundada em 1901, para fabricar o adoçante Sacarina. Hoje, já foi eleita pela revista Fortune como “possivelmente a corporação mais temida da América”.
Em setembro, a gigante foi comprada pela multinacional de origem Alemã, Bayer – fundada em 1863 -. O montante da oferta da multinacional alemã pela rival norte-americana foi de cerca de 49,89 bilhões de dólares, maior fusão em dinheiro já registrada na história. A fusão ainda depende de aprovação pelos órgãos reguladores, mas deve ser oficialmente anunciada em 2017, criando uma megacorporação que envolve alimentos, agrotóxicos e farmarcologia. A união das duas resulta em um controle de 30% do mercado de sementes e produtos químicos agrícolas.
No Mato Grosso do Sul, a Monsanto está presente em Dourados e em Chapadão do Sul. O jornal Midiamax perguntou a assessoria de imprensa da empresa sobre a possível parceria, mas até o fechamento da matéria, não obteve resposta.
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