Ela foi levada para um hospital particular

 

Veene Rocha Amorim, de 51 anos, está internada no Hospital El Kadri com infecção generalizada, além de ter um abcesso na virilha e edema pulmonar. Ela foi levada ao hospital particular no dia 24, um dia após passar mal, ser levada até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Capital e, segundo familiares, ser liberada com diagnóstico de tosse.

Conforme os parentes de Veene, ela passou muito mal, então foi até a UPA Coronel Antonino, onde eles dizem que ela foi medicada e diagnosticada com tosse. A paciente foi liberada, mas no dia seguinte voltou a passar mal. Conforme os parentes, a mulher apresenta quadro de obesidade, não consegue enxergar ou andar direito e, como tinha convênio, foi levada pelos familiares ao El Kadri, já que não teve cura obtida a partir da consulta feita na UPA.

Já no hospital, Veene foi diagnosticada com infecção generalizada, além de apresentar um abcesso na virilha e edema pulmonar. Os médicos disseram aos familiares que ela precisaria ficar internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva) e que o custo seria de R$ 8 mil por dia. A irmã da paciente procurou a Defensoria Pública e conseguiu tutela antecipada de R$ 25 mil, obrigando o Estado a pagar pelo tratamento de Veene.

De acordo com a irmã, a dívida com o hospital já chega aos R$ 25,7 mil e o Estado não se manifestou. A família também procurou o presidente da Associação de Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, Valdemar Moraes de Souza, e ele ajudou a intermediar o caso junto à Defensoria, além de acompanhar o tratamento. Segundo ele, o direito de tratamento da paciente deve ser pago pelo Estado.

O hospital, que é uma entidade particular, espera receber o pagamento. Como o quadro de Veene piorou, os médicos fazem o tratamento mesmo sem o dinheiro do Estado. “Esse é apenas um dos casos que veio à tona. O hospital já enfrentou várias outras situações idênticas”, conta o diretor do hospital, Mafuci Kadri. Ainda segundo ele, as dívidas com tratamentos médicos acumuladas pelo Estado e Município já chegam a aproximadamente R$ 3 milhões.

O diretor finaliza afirmando que não poderia liberar a paciente em estado grave, mas que espera cumprimento da determinação da Justiça por parte do Estado.