Guarda Municipal compareceu ao local nesta quarta

Uma ocupação de 133 famílias em um terreno da Prefeitura de reivindica moradias populares na capital. As famílias ocuparam lotes no Residencial Gregório Correa, região norte da cidade, com o objetivo de pressionar a Emha (Agência municipal de habitação) para acelerar o processo de construção de moradias populares. 

A ocupação começou no último sábado (3), na Rua Jorge Budib. As famílias já começaram a limpar os terrenos para levantarem os barracos que devem ficar no local. A chuva, no entanto, dificultou o processo, e as pessoas começaram a ‘construção' nesta quarta, aproveitando o feriado de folga.

Jaqueline Rocha Dias, 26, ‘porta voz' da ocupação, afirmou que a (GCM) Guarda Civil Municipal, que passava pelo local, percebeu os barracos, que começavam a serem levantados, e se dirigiu ao local com cinco viaturas. De acordo com Jaqueline, a comandante da GCM, Adriana Severina Farias Lima, esteve na ocupação para dialogar com as famílias. Jaqueline também afirmou que ela não estava fardada.

“A gente só vai conversar com o representante da Emha. Não vamos sair, ou eles arrumam nossas casas ou vamos continuar aqui”, afirmou.

 

 

 

Elizamar aparecida da Silva, 34, foi ao local com 4 filhos. Ela vivia com a família na casa dos pais. Além das sete pessoas, uma sobrinha também vivia na residência, situação que, conforme explica, tornou-se insustentável.

“Estava ficando insustentável, muita gente na mesma casa. Eu já era moradora antiga na extinta Portelinha, contou”. “Tenho inscrição na Emha e esse lote fica ao lado onde o pessoal da favela Portelinha foi realocado”, declarou. A esperança de Elizamar é que as famílias sejam realocadas para um residencial. 

Os moradores da antiga Portelinha foram transferidos para casas nos residenciais Gregorio Correa e Ary Abussafi. “Não consegui minha casa quando teve a transferência. Meu irmão também veio com a família. Estamos na mesma situação”, explicou Elizamar.

Confira o vídeo:

 

 

 

Para o pedreiro Wellyngton da Silva, 31 anos, – que ocupava uma área particular na região da Mata do Jacinto -, ocupar um terreno público garante maior pressão ao poder público. Ele está no Gregório Correa com a esposa e a filha de oito anos. Além deles, mais sete pessoas, todas da mesma família, estão no local.

“Como aqui é uma área pública, fica mais fácil conseguir a casa própria. Não queremos nada de graça, nós queremos a casa pra ir pagando aos poucos”, explicou. Wellyngton declarou possuir inscrição na Emha – para moradia popular – há dez anos. 

“Ouvi falar que se entrasse aqui perderia minha inscrição, tenho receio, mas onde estávamos não dava para ficar”, contou.

A ocupação no Gregório Correa tem uma reunião amanhã (8) às 9h na sede da Emha. As famílias reivindicam a presença do diretor-presidente da pasta, Dirceu de Oliveira Peters.