Na Capital, ministro atribui surto de dengue à falta de conscientização das pessoas
‘Ninguém está preparado para um surto’, disse
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‘Ninguém está preparado para um surto’, disse
Uma força tarefa organizada pela Prefeitura de Campo Grande no Dia D contra dengue, contou, nesta sexta-feira (2) ,com a participação do ministro chefe do gabinete de segurança institucional do exército brasileiro, Sérgio Etchegayen. Ao falar sobre as causas da proliferação do mosquito aedes aegypti, ele isentou “os governos” da responsabilidade, garantindo que o maior problema é a falta de conscientização das pessoas. O ministro também admitiu que as principais vítimas são as pessoas mais pobres.
A visita do ministro tem relação com programa do governo federal, “Sexta-feira sem Mosquito”, e teve a participação do prefeito Alcides Bernal (PP), autoridades do CMO (Comando Militar do Oeste) e de servidores estaduais e municipais que atuam no combate a endemias. A ação aconteceu na Escola Municipal Plínio Mendes, localizada no Bairro Guanandi, apontado com uma das regiões que possuem maior índice de dengue na cidade.
O general foi um dos primeiros a chegar ao evento, marcado para as 14h30, mas teve de aguardar a chegada do prefeito Alcides Bernal, que chegou somente depois das 15 horas. No início do discurso, ele destacou a importância do combate, incentivando as crianças da escola, que já participam de ações neste sentido. “ O combate é uma guerra de todos dias, o Brasil escolheu um dia porque em um dia já conseguimos fazer muita coisa”, destacou general Sergio.
Já Bernal, aproveitou o momento para relembrar problemas de sua administração, na qual justifica dizendo ter sido vítima de associação criminosa que tentou impedir sua gestão. Também criticou o governo estadual, dizendo que a maior parte dos repasses para área da saúde são feitos pela prefeitura.
Responsabilidade – Campo Grande teve 16 mortes neste ano, em decorrência de doenças transmitidas pelo mosquito da dengue, segundo o secretário municipal de saúde, Ivandro Fonseca. Para o ministro, o resultado é fruto mais da falta de educação, do que de ações do governo. “A não conscientização da população não vem de hoje, é decorrente da falta de percepção e da falta de educação. É preciso que as pessoas entendam que nenhum governo do mundo é capaz de resolver um problema, como do mosquito aedes, vetor de tantas margens”, disse o ministro.
Em seguida, ele voltou a criticar o fato dos governos serem responsabilizados por tantos casos de dengue no país. “Esta causa não requer dinheiro, nem equipamentos especiais, exige apenas educação”, complementou o ministro. Ao final do evento, todos seguiram para fazer uma blitz contra dengue em uma casa da região.
“Obviamente, o aedes está vitimando a população mais pobre, mas existe locais, bairros mais elegantes, que também têm problemas. O Brasil não está preparado para surto, ninguém está preparado. Vamos esquecer Brasil, governo, prefeitura, todos nós temos de nos conscientizar”, finalizou.
Blitzes – O grupo seguiu até um residência localizada na Rua Eduardo Contar, onde surpreenderam a moradora Janaína Francisca, de 32 anos, que mora em um terreno com diversos focos da dengue. Em meio a muito lixo, entulhos e mato, ela cria três filhos e destacou sua condição financeira como agente dificultador de maiores cuidados. “Já paguei R$ 100 para limpar uma vez. Também tem um pé de manga que já pedi para tirarem. Tenho três filhos, é difícil”, disse ao Jornal Midiamax.
Segundo as agentes comunitárias Louanes Barbosa, Maria Elisa Moraes e Francisca Eliete Ferreira, a região do Guanandi possui muitos focos de dengue. Segundo elas, existe dificuldade em acesso às casas e um ferro velho instalado na região não obedece recomendações, deixando pessoas expostas aos focos da dengue.
O secretário municipal, Ivandro, afirmou ainda que um flagrante foi marcado para esta tarde, em uma casa com piscina abandonada, que possui grande foco de dengue.
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