Estado contratou a UFJF para avaliar desempenho estudantil

 

 

Na última sexta-feira (14) o governo do estado de Mato Grosso do Sul, por meio da SED (Secretaria Estadual de Educação) públicou no Diário Oficial a contratação – com dispensa de licitação -, da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), de Minas Gerais, para avaliar o desempenho estudantil. O valor do contrato é de R$ 3,728 milhões.

Uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ministério da Saúde e Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, no entanto, afirma que Mato Grosso do Sul é o terceiro estado com maior índice de alunos usando drogas e bebidas alcoólicas.

Pesquisa nacional de saúde escolar

A pesquisa foi realizada com alunos do 9º ano, de escolas públicas e privadas. O estado ficou em segundo lugar, com maior número de alunos que declararam já terem experimentado cigarro – 27% dos estudantes do 9º ano -. O tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. Segundo o estudo HBSC, desenvolvido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), no período 2008-2009, a maioria dos fumantes fumou o primeiro cigarro, ou já era viciada, antes dos 18 anos de idade.

Quanto ao álcool, 31,2% dos estudantes de Mato Grosso do Sul declararam já terem consumido bebida alcoólica, nos últimos 30 dias anteriores à data da pesquisa. Campo Grande ocupa o 3º lugar na lista das capitais onde os alunos mais bebem: 28,9%.

O estado também está na lista quando o assunto são drogas ilícitas. “Os Estados do Rio Grande do Sul (13,2%), Santa Catarina (12,7%), São Paulo (12,5%), Paraná (12,2%), Roraima e Mato Grosso do Sul (12,0%) compõem a relação de estados com indicadores de uso de drogas ilícitas acima dos níveis nacionais”, afirma a publicação.

Outros dados

A pesquisa também procurou saber quais locais registram o maior número de alunos que declararam trabalhar. Mato Grosso do Sul ocupa a segunda posição, com 20,9% dos estudantes do 9º ano declarando realizar algum tipo de ocupação remunerada.

“A inserção de crianças e adolescentes no mercado de trabalho é um problema mundial que ocorre em maior proporção nos países mais pobres e de renda média, como o Brasil. Em todo o mundo, entre 2001 e 2012, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho – OIT (International Labour Organization – ILO), houve queda do trabalho nessa fase da vida”, afirma a publicação.

O Centro-Oeste apresentou o maior percentual de estudantes que informaram a escolaridade da mãe equivalente ao ensino superior completo, além de ocupar a segunda posição com mais alunos morando apenas com a mãe. A região também é a primeira quando assunto é má alimentação: 15,6% dos alunos frequentam redes de fast-food semanalmente.

Segundo a OMS, não existe uma definição oficial de saúde mental. O termo é utilizado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva e emocional dos indivíduos em determinada sociedade, podendo variar de acordo com a época, a cultura e o local.

Campo Grande apresentou o maior percentual de estudantes do sexo feminino que afirmara sentirem-se constantemente sozinhas: 27,9%. As Grandes Regiões que apresentavam proporções mais elevadas de alunos sem amigos foram as Regiões Sudeste (5,6%) e Centro-Oeste (5,4%). Mato Grosso do Sul ocupa o terceiro lugar nesse quesito. 6% dos  alunos do sexo masculino declararam não ter amigos próximos.

A saúde mental pode também ser definida como um conjunto de comportamentos que possibilitam um relacionamento pessoal e social saudável do indivíduo com os demais membros da sociedade.

Desempenho estudantil

Os serviços da UFJF serão prestados pelo CAED (Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação) para a SED com o objetivo de avaliar o desempenho estudantil. A avaliação, de acordo com a SED, abrange estudantes do 4º e 8º anos do ensino fundamental e do 1º ano do ensino médio, que serão monitorados e avaliados por meio do Saems (Sistema de Avaliação da Educação da Rede Pública de Mato Grosso do Sul).

O sistema, conforme declara a secretaria, requer ‘uma instituição de padrão técnico-especializado, conhecimento e experiência no ramo e, principalmente, vinculada a uma instituição de nível superior, reconhecida nas atividades de ensino, pesquisa e extensão na área de avaliação educacional, para realizar, com qualidade, a Avaliação do Desempenho dos Estudantes’.

O objetivo é comparar se a atuação das escolas – por meio de ações no ensino público – estão surtindo resultado no aprendizado dos estudantes. A SED optou por uma Universidade de outro estado, com a justificativa de que ‘em Mato Grosso do Sul, nenhuma universidade atente aos critérios necessários para a realização deste processo’.

“O Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAED), contratado pela SED, possui experiência comprovada nessa atividade e trabalhos realizados em diversos estados do país, sendo inclusive contratado pelo Ministério da Educação (MEC) para a elaboração de construção da escala de proficiência da Provinha Brasil. E, em Mato Grosso do Sul, nenhuma universidade atente aos critérios necessários para a realização deste processo”, afirmou a secretaria, por meio da assessoria de comunicação.