Movimentos devem fazer plenárias e atos de ruas para chamar atenção do Senado

 Depois da derrota deste domingo (17) na Câmara de Deputados, na qual o processo de impedimento da presidente Dilma Roussef (PT) alcançou o número de votos necessários para seguir para o Senado, os movimentos sociais prometem uma extensa agenda para tentar convencer os senadores a barrarem o processo.

Em Mato Grosso Grosso do Sul, os movimento integram a Frente Brasil Popular, que promete, já para esta semana, reuniões, plenárias e atos de rua para, segundo eles, conscientizar as pessoas e o Senado, das perda dos direitos democráticos, com a instauração de um processo ilegítimo.

“Foi muita decepção para nós. Um momento muito difícil. Uma votação que acontece em um domingo, que não é dia de trabalho da casa, presidida por um deputado que é réu”, critica Maria Rosana, da Frente Brasil Popular.

Ela ainda pontua que os votos não foram para representar os eleitores e sim aos próprios interesses dos deputados. “Votação em nome da família? Não foi um debate politico, foi despolitizado. Entendemos que tem uma agenda de retrocessos colocada contra a própria democracia. Os parlamentares representam a própria família, as esposas, os filhos, não os eleitores”, diz, pontuando que isso é um absurdo.

“Foi muito grave o que aconteceu. Precisamos agora convencer o Senado. Fazer um debate com a população. Fazer as pessoas entenderem este momento. Vamos lutar até o ultimo momento. Acreditamos que a democracia possa dar respostas, respeito ao voto”, diz.

Movimentos sociais iniciam ações para Senado não aprovar impeachmentEla conta que a partir de hoje (18) já começam reuniões e já na terça-feira (19) iniciam-se plenárias para construção de matéria e agendas especificas de luta, contra o que o grupo chama de golpe,

Como vai funcionar o rito a partir de agora?

Após ser aprovado na Câmara dos Deputados, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff chega ao Senado nesta segunda-feira (18). Na Casa, são previstas três votações em plenário até a conclusão do processo. O parecer enviado pelos deputados deve ser lido em sessão desta terça-feira (19). Depois disso, os blocos ou líderes partidários deverão indicar integrantes da comissão especial que analisará o caso. O colegiado será formado por 21 senadores titulares e 21 suplentes.

Assim como aconteceu na Câmara, haverá apenas uma chapa de senadores para a composição da comissão. Parlamentares sem partido, como Reguffe (DF), Walter Pinheiro (BA) e Delcídio do Amaral (MS), não podem integrar a chapa.

As indicações devem respeitar o tamanho das bancadas de cada partido, ou seja, siglas com mais senadores (PMDB, PT e PSDB) têm direito a um maior número de integrantes na comissão.

Depois de composto, o colegiado tem até 48 horas para se reunir e eleger o presidente, que deverá designar um relator. Como quinta-feira (21) é feriado nacional, a sessão pode acontecer já na quarta-feira (20).

Uma vez designado, o relator terá 10 dias – não é definido se são dias corridos ou úteis – para apresentar um parecer pela admissibilidade ou não do processo de impedimento, que passará pelo crivo do colegiado. A Secretaria Geral da Mesa estima que o parecer deverá ser votado na comissão até dia 5 de maio.

* Com informações do G1 Brasília