Moradores e protetores denunciam descaso das autoridades públicas com animais de rua

Morador denuncia que CCZ não aceitou receber animais e mandou ele ‘desviar e ir embora’

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Morador denuncia que CCZ não aceitou receber animais e mandou ele ‘desviar e ir embora’

Moradores campo-grandenses e protetores de animais das diversas ONG’s da Capital não estão satisfeitos com o tratamento dado aos animais de rua pelas autoridades públicas. Segundo eles, não há um controle de natalidades dos animais domésticos. E quando os bichos procriam e são jogados na rua, não há quem recolha.

Em uma postagem no grupo do Facebook ‘Aonde Não Ir Em Campo Grande”, o construtor civil Wellington Zornitta, de 36 anos, denunciou que o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) se recusou a recolher um grupo de gatos de rua para por em adoção. Ele encontrou cinco filhotes de gatos dentro de uma caixa na avenida Três Barras e os recolheu, porém não podia adotá-los.

“Eu liguei pra todas as Ongs e pro CCZ e ninguém podia pegar. Aí levei lá no CCZ segunda e eles foram bem mal-educados. Uma mulher falou que não era obrigação dela ficar com todos os animais que vem da rua. Perguntei: ‘então o que que eu faço?’ ‘Olha, os bichos que você vê na rua, você desvia e vai embora”, disse.

Segundo Wellington, ele ainda teria dito que os animais iriam morrer atropelados caso ninguém os tirasse da rua, e recebeu uma resposta que o indignou. “Então deixa morrer”, disse a funcionária. Em entrevista ao jornal Midiamax, o CCZ reafirmou que não recomenda o recolhimento de animais de rua “por pessoas não habilitadas”.

Os CCZ’s são unidades de saúde pública que têm como atribuição fundamental prevenir e controlar as zoonoses e devem desempenham suas funções através do controle da população de animais domésticos. Segundo o CCZ de Campo Grande, o órgão realiza o recolhimento de animais de rua atropelados, para vigilância de raiva, e também os animais saudáveis mediante disponibilidade de espaço físico nos canis. Porém, atualmente o espaço está lotado.

Moradores e protetores denunciam descaso das autoridades públicas com animais de ruaA Ong Abrigo dos Bichos também não dispõe de estrutura física e financeira para recolher animais de rua. É o que afirma a protetora Andreia Costa da Silva, que orienta as pessoas a mandarem fotos dos animais que estão para adoção na fanpage. “Em Campo Grande a demanda de gatos é muito grande. Nenhuma ONG, seja estadual ou municipal, é capaz de recolher os animais. Porque tem custo com higiene, limpeza, ração, medicação…”, diz.

Ela também afirmou que é dever do órgão público realizar campanhas de castração de animais de rua e de conscientização a posse responsável. “A população tem que ter consciência de que ONG não é só pra gente ficar recolhendo animais, não existe isso. O órgão público tem que fazer uma campanha de castração de animais da rua, essa é a nossa posição”.

A representante da Associação Vira Latas, Cleuza Martins, também afirmou que não tem possibilidades de recolher gatos pois trabalha sozinha e não há apoio. “É uma associação, mas eu estou sozinha e eu ainda tô com o braço quebrado. Infelizmente, as não há punição e as pessoas jogam os animais na rua sem nenhum motivo. As autoridades não fazem nada. A gente está cansado de cobrar, e nada é feito. Nada. Prometeram o Castramóvel, não aconteceu nada. E tá assim, animais procriando sem parar. Então tá difícil”.

Segundo o CCZ, o agendamento para castração é realizado via telefone todo dia 20 de cada mês, ou no próximo dia útil caso esse ocorra em um fim de semana ou feriado. São realizadas castrações de gatos com mais de 6 meses de toda a população e de cães adotados na CCZ, mediante apresentação do comprovante de adoção. De acordo com a assessoria, está sendo desenvolvido um sistema informatizado para agendamento pelo IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação), porém não há previsão.  

(Com supervisão de Mayara Sá) 

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