Pai teve de pular o muro para encontrar filho​

Um menino, de quatro anos, teve queimaduras de segundo grau no pé, após supostamente, a direção do Ceinf (Centro de Educação Infantil) Joana Mendes dos Santos, no Parque do Sol, colocar fogo para fazer a limpeza de uma área com mato. O caso aconteceu no dia 5 deste mês e foi denunciado pela mãe da criança na Semed (Secretaria Municipal de Educação) e à Polícia Civil. 

A queimadura teria acontecido quando a professora levou as crianças para brincar fora da sala de aula e estava mostrando as árvores aos alunos. Em um momento de distração, o menino pisou em um local que estava em brasa e se queimou. Essa foi a história que contaram à mãe Lidiane Rodrigues Martins, mas ela não sabe exatamente o que aconteceu, já que primeiro, ouviu outra versão, de que o menino havia se queimado com uma lagarta e depois, de que alguém de fora da escola ateou fogo.

“Fiquei sabendo por terceiro, que haviam roçado a grama e a Prefeitura não foi recolher. Como teria a festa junina, colocaram fogo no mato. A professora levou as crianças para brincar lá fora e ouviu o meu filho chorando. Eles ligaram para a madrinha dele que é quem busca, dizendo que ele se queimou com um bichinho”, diz a mãe.

Depois de receber a ligação, a madrinha comunicou os pais, que foram buscar o menino, por volta das 15 horas. Chegando no Ceinf, eles não conseguiram entrar. Chamaram, bateram palmas e ninguém atendeu ao portão, segundo Lidiane. “Ficamos quase 40 minutos chamando, ligando no telefone fixo. Meu marido ficou assobiando até pular o muro da creche e bater na porta para conseguir pegar o meu filho. Ele estava queimado e chorando muito de dor”, relembra a mãe.

Quando finalmente conseguiu pegar o filho no colo, Lidiane questionou por que ele não foi levado imediatamente ao posto de saúde e só então os funcionários Ceinf se ofereceram para levar o menino à UPA. “Disse que não precisava e levamos para o posto. Lá a assistente social viu a queimadura, perguntou o que era e fez a denúncia na Semed de lá mesmo. Depois eu fiz o boletim de ocorrência e o exame de corpo de delito”. Menino sofre queimadura após Ceinf atear fogo para 'limpar' matagal

Depois do ocorrido, o menino ficou traumatizado e a mãe, não conseguiu mais levá-lo no Ceinf, pois ele chora muito e se recusa a entrar no local. Por conta disso, ela que era zeladora de uma escola, por meio do Proinc (Programa de Inclusão Profissional), levou falta por todos esses dias e depois, acabou pedindo demissão para ficar com o filho, já que não tem com quem deixar. 

“A diretora ligava, mandava mensagem perguntando como ele estava, mas fiquei com medo de levar, pois saiu muita conversa. Algumas pessoas falaram que não havia necessidade de boletim de ocorrência, que não foi tão grave. Se tivesse caído e machucado, eu entenderia, mas fogo não tinha que estar perto das crianças. Prometeram que não vão maltratar, mas se ele chegar chorando, ninguém vai agradá-lo, vão repreender”, teme a mãe.

O Jornal Midimax procurou a Prefeitura de , mas não hou retorno sobre o caso até a publicação deste reportagem. 

Denúncia

Na segunda-feira (25), denúncia do Jornal Midiamax expôs o caso da ex-recreadora Iara Freitas da Silva, de 35 anos, que afirma ter sido demitida do Ceinf Maria Cristina Ocáriz de Barros, depois de denunciar uma colega de trabalho por maus-tratos.

Um vídeo gravado por ela mostra a suposta agressora ‘jogando' as pernas de duas das crianças enquanto as meninas dormiam.

Conforme os relatos, a denúncia foi feita na Semed (Secretaria Municipal de Educação) em maio deste ano e a suposta agressora, identificada apenas como Jucelma, foi demitida. Iara afirma que depois disso passou a ser perseguida pela diretora do local e algumas colegas de trabalho.

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