Fazendeiros envolvidos em morte de índio são denunciados pelo MPF
Produtores rurais ficaram 2 meses presos
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Produtores rurais ficaram 2 meses presos
O MPF (Ministério Público Federal), por meio da força-tarefa Avá Guarani, apresentou denúncia à Justiça Federal, em Dourados, contra cinco produtores rurais envolvidos na retirada de indígenas da Fazenda Yvu, em Caarapó, cidade a 23 quilômetros de Campo Grande. A denúncia foi oferecida no último dia 28 de outubro.
Os fazendeiros ficam presos preventivamente até semana passada. Eles vão responder pelos crimes de formação de milícia armada, homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, lesão corporal, dano qualificado e constrangimento ilegal. As penas podem chegar a 56 anos e 6 meses de reclusão.
Conforme o MPF, as investigações apontaram que os denunciados organizaram, promoveram e executaram o ataque à comunidade Tey Kuê no dia 14 de junho. Cerca de 40 caminhonetes, com o auxílio de três pás carregadeiras e mais de 100 pessoas, muitas delas, armadas, retiraram à força um grupo de aproximadamente 40 índios Guarani Kaiowá da propriedade ocupada – que incide sobre a Terra Indígena Dourados Amambaipeguá.
Durante a invasão, Clodioude Aquileu Rodrigues de Souza foi morto com um tiro no abdômen e outro no tórax. Outros seis indígenas, inclusive uma criança de 12 anos, foram atingidos por disparos e ficaram gravemente feridos. Dois índios sofreram lesões leves e a comunidade foi constrangida violentamente a deixar a área.
Na ação, o Ministério Público Federal pede a condenação criminal dos acusados e a reparação dos danos materiais e morais sofridos pelos indígenas, em valor não inferior a R$ 518.320,00 e R$ 1 milhão, respectivamente. A denúncia ainda não foi analisada pela Justiça, que, ao recebê-la, torna os fazendeiros réus em ação penal.
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