Greve deve começar na segunda-feira 

O prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) voltou atrás e declarou que só entrará com ação na justiça, caso a greve anunciada por professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) traga prejuízos à Capital. “Ainda não vou entrar na justiça porque estão anunciando um fato que ainda não aconteceu. Se prejudicar Campo Grande aí eu vou ter invocar a proteção legal”, disse.

Na última quarta-feira (20) Bernal ameaçou acionar a Procuradoria do Município, caso os educadores recusem proposta de reajuste salarial de 2,79% e optem pela paralisação. Na ocasião, o prefeito afirmou que o objetivo era fazer com que os alunos não ficassem sem aula.

Em agenda nesta quarta-feira (26), Alcides Bernal explicou que encaminhará projeto de lei para ser votado em medida de urgência pela Câmara Municipal, para que seja viabilizado reajuste aos 22 mil servidores municipais. De acordo com ele, o índice proposto é de 2,79%, número que segundo ele, é o que a lei permite. “A minha proposta inicial era de 9,57%. É uma pena que rejeitaram”, afirma.

Ainda segundo o chefe do Executivo, existe um jogo de interesses para que a situação entre Prefeitura e professores não seja solucionada.

“Percebo que existe o interesse político eleitoral nessas ações de não resolver o problema. É lamentável. Eu apresentei 9,57% eles rejeitaram. Agora, eu apresento índice de 2,79% e eles ainda questionam”, finaliza.

Os professores revindicam cumprimento da lei que equipara o salário dos servidores ao piso nacional, de 11,36% do piso anual e 13,01% referente a 2015. Sem a efetivação, os educadores rejeitaram a proposta oferecida por Bernal de 9,57%, escalonado em 3,57% para 1º de maio e 6% para dezembro.

Os professores da Reme decidiram oficialmente pela greve nesta terça-feira (26), em Assembleia Geral Extraordinária na sede da ACP (Sindicato campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública). A paralisação terá início na próxima segunda-feira (2).

Ao todo, 95 mil alunos estudam nos 96 colégios da Reme (Rede Municipal de Ensino), onde as aulas começaram em 15 de fevereiro. No ano passado, os alunos enfrentaram greve por 77 dias.