Sem o repasse de custeio 90% dos atendimentos serão cortados

O presidente da ABCG (Associação Beneficente de ), Wilson Teslenco, afirma que não conseguirá manter os serviços de alta complexidade oferecidos pela Santa Casa da Misericórdia, por um período superior a 30 dias, caso a Prefeitura não assine o contrato de repasse de custeio com o hospital. Sem a verba, 90% dos atendimentos da ortopedia podem ser prejudicados.

“Do jeito que está conseguimos aguentar por no máximo 30 dias”, declara o presidente da ABCG. Segundo ele, em dezembro de 2014 o prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte (PP) se comprometeu a realizar repasses suplementares no valor de R$ 3 milhões, além dos R$ 1,217 milhão investido pelo município, por um período de quatro meses.

Na ocasião, a proposta era de que após este período fosse acrescentado mais R$ 1 milhão para ajudar a manter os serviços oferecidos no local. O contrato terminou nessa terça-feira (7) e em nota publicada no site oficial da Prefeitura, o município alega que assinará a prorrogação, conforme acordado anteriormente, apenas sob a condição de que o Governo do Estado divida o montante.

O secretário adjunto da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Lívio Viana de Oliveira Leite, explicou que o governo fará o repasse apenas se o hospital aceitar passar por uma consultoria. “O Estado se comprometeu a pagar uma consultoria e vai colocar o dinheiro necessário desde que saiba onde esse recurso será aplicado porque não temos certeza de como isso é feito”, justifica.  Ainda não se sabe quando o acompanhamento será realizado.

Atualmente a Santa Casa realiza 4.840 atendimentos por mês. Deste total cerca de 80% são pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). De acordo com o presidente da ABCG, a ortopedia que atende 1.200 pacientes por mês, deve ser o mais prejudicado. “A Santa Casa fará atendimento público reduzido, limitado aos recursos que ela dispõe”, explica Teslenco.

O presidente da ABCG agendou para a próxima sexta-feira (10), uma nova reunião para discutir o assunto. A intenção é que os secretários da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Jamal Salem, e o chefe da SES, Nelson Tavares, o chefe do Executivo municipal e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) estejam presentes.