Sem-terra ocupam Incra e pedem servidor de carreira na chefia do órgão

Dívidas administrativas podem chegar a R$ 5 milhões

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Dívidas administrativas podem chegar a R$ 5 milhões

Desde esta terça-feira (12), cerca de 400 homens, mulheres e crianças estão acampados na sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Campo Grande. Ainda no local nesta quarta (13) e sem previsão para deixar o local, eles pedem aceleração da distribuição de terras, um superintendente de carreira e denunciam a falta de pagamentos pelo aluguel e de funcionários.

Todos são membros dos movimentos sem-terras e da agricultura familiar de Terenos, Nova Alvorada do Sul, Anastácio e da BR-163. Liderando a ocupação, Vanildo Elias de Oliveira, de 41 anos, diz que desde a saída de Celso Cestari, ex-superintendente, os trabalhos de distribuição de terras estão parados.

“A última ação do Incra foi a distribuição de 180 lotes no assentamento Nazaré. Fora isso, há oito anos está tudo parado. A aceleração deste processo pode ser retomada pela nomeação de um novo superintendente, mas pedimos que ele seja funcionário de carreira. Com isso, não precisa vir outro de fora, que não conhece a nossa realidade, ainda para saber o que se passa. Isso atrasaria ainda mais”.

Para Vanildo, os políticos de Mato Grosso do Sul não ajudam. “Estamos decepcionados com os políticos, famílias vivem em situação precária nos assentamentos, com boatos de reintegração de posse. Vamos defender a regularização dos terrenos e lutar contra esta retomada”.

Os funcionários também denunciaram a situação do órgão. Sem repasses federais, a instituição estaria a quatro meses sem pagar aluguéis, alguns terceirizados e estagiários, somando quase R$ 5 milhões em dívidas.

No comando do órgão interinamente, Sidney Ferreira de Almeida, ouvidor agrário, admite que a administração enfrenta dificuldades por falta de recursos repassados de Brasília. “Como substituto, tenho poderes limitados e faço o possível para manter a administração funcionando. Sobre demarcação, não tenho poderes para definir essa questão. Com a chegada de recursos de Brasília, aos poucos, vamos organizar as dívidas”, avaliou.

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