Rapidez está entre as maiores justificativas

O atraso e as más condições são algumas das justificativas pelas quais muitos passageiros preferem viajar de van ao invés de ônibus dentro do Estado de Mato Grosso do Sul.

O vigilante Danillo Silva, 25, que mora em Campo Grande, costuma viajar para Bodoquena de van. Ele acredita que a viagem de ônibus é muito demorada. “A viagem de van é boa, bem melhor que de ônibus e chega muito mais rápido”, diz ele.

Mesma opinião tem a vendedora Maria do Carmo, 36. Ela acha a viagem de ônibus muito cansativa. “Eu não gosto de viajar de ônibus porque cansa muito. Toda hora ele para. O pior é o mau cheiro no fundo do ônibus por causa do banheiro, isso incomoda muito. De van é muito mais rápido, quando eu vejo estou lá”, comenta ela.

De acordo com a Agepan (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul), são 49 “vanzeiros”, enquadradas na categoria de microônibus, no estado, filiados a duas cooperativas, a Cooptrapte (Cooperativa dos proprietários de transporte alternativo de passageiros de frete contínuo e eventual, de fretamento turístico especial, de locação e de entregas expressas) e Coopervans – Pantanal (Cooperativa de Transporte Rodoviário de passageiros e encomendas em vans do Pantanal).

Alex Loubet, proprietário da Expresso Anastácio, filiada a Coopervans – Pantanal, afirma que muitos passageiros escolhem a viagem de microônibus porque é “mais confortável, rápida e segura”. Sua empresa, que faz viagens para Campo Grande, Aquidauana, Anastácio e Miranda, atua há 13 anos e tem um fluxo diário de 850 passageiros.

De acordo com o presidente da Agepan, Youssif Assis Domingos, são cerca de 6 milhões de passageiros que usam o transporte intermunicipal, uma média de 500 mil por mês. Atualmente, são cerca de 185 linhas em operação fazendo mais de 265 mil viagens ao ano.

Alguns passageiros ainda preferem viajar de ônibus. É o caso da dona de casa Aparecida Oliveira de Souza, 54, que acha a viagem de van insegura. “Eles vão muito rápido, tenho medo, prefiro viajar de ônibus mesmo com a demora”, explica ela.

Para esclarecer as dúvidas dos leitores sobre o transporte intermunicipal de microônibus, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a Agepan e, segundo informações não há um sistema de transporte específico de microônibus mas, prestação de serviço complementar a feita pelos ônibus comuns.

Regulamentação

Um microônibus pode transportar até 20 pessoas, e segundo Portaria número 027, de 13 de dezembro de 2003, da Agepan, há uma série de critérios quanto ao proprietário, nomeados “operadores autonônomos”. Eles só podem atuar devidamente cadastrados no Sistema de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros de Mato Grosso do Sul, possuir certificado de vistoria válido, não pertencer ao serviço público, não possuir qualquer vínculo empregatício, entre outros.

Segundo a assessora da Agepan, Gizele Oliveira, cada microônibus tem um horário, um itinerário a seguir. “As vans têm que cumprir os horários e os pontos de saída estipulados, não podendo fazer atuação predatória como passar nos terminais alguns minutos antes do horário de saída do ônibus que faz a mesma linha para captar passageiros”, explica ela.

A tarifa do transporte de passageiros intermunicipal é regulada pela Agepan, pois se trata de um serviço público. O valor da tarifa é definido com base em estudos de custos, tipo de piso (terra ou asfalto), distâncias, entre outros.

Fiscalização

Os microônibus, assim como os ônibus, precisam seguir o Regulamento do Serviço de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros. A fiscalização verifica tanto a legalidade do operador (se ele é autorizado, e não clandestino), quanto se ele está regular (cadastro atualizado, veículo vistoriado) e outros critérios da operação.

De acordo com Youssif, “há fiscalização permanente nas estradas e garagens das empresas”. Se constatada alguma irregularidade, como a falta de autorização para o transporte, a empresa é autuada”.

Durante as fiscalizações, os veículos que não estiverem regulares, como os que fazem transporte clandestino, estão sujeitos a apreensão.