Prefeitura manda reduzir serviços de limpeza e população critica
Para a maioria, crise do lixo favoreceu epidemia de dengue
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Para a maioria, crise do lixo favoreceu epidemia de dengue
A Prefeitura de Campo Grande mandou reduzir alguns dos serviços prestados pela CG Solurb, que além da coleta de lixo, também é responsável pela manutenção dos canteiros, bocas de lobos, e varrição das ruas. Nas ruas, os campo-grandenses não reagiram bem a informação e rebateram a decisão, afirmando que a “cidade já está abandonada o suficiente para cortarem gastos com a limpeza”.
Maria Martins, de 62 anos, explicou que cuida do seu quintal, buscando mantê-lo limpo e sem nenhum foco do mosquito Aedes aegypti, que agra transmite a dengue, chikungunya e o zika vírus, mas que seu esforço parece inútil, já que o matagal do terreno baldio ao lado de sua casa, acumula água da chuva a acaba infestado de mosquitos. “Limpeza é saúde, e nós queremos isso. Não tem como deixar a cidade no estado que está”, afirma.
A assistente financeira Inês Moraes, de 42 anos, apontou outro problema, digamos que já superado, mas não resolvido: a greve do lixo, nos meses de setembro e outubro, que para ela, pode ter sido a origem da epidemia de dengue que estamos vivendo hoje. “Como não relacionar essa infestação de mosquito ao acumulo de lixo pelas ruas. Todo mundo sabe que a sujeira é o principal criadouro deles. E o pior é que mesmo depois daquela crise, vários locais ainda continuam cheios de lixo, porque até a Prefeitura não mandou recolher”, explica a moradora do Bairro Iguatemi.
Segundo ela, um terro em frente ao residencial em que mora virou lixão durante a greve, onde os moradores descartavam todo tipo de coisas, e depois que os catadores retomaram o serviço, o local nunca foi limpado e até hoje ainda é usado pela vizinhança para despejo de animais mortos e entulhos. “Eu tive que redobrar o cuidado dentro de casa, com repelentes e inseticidas, para evitar que meu filho pegue alguma doença, porque aquilo é abrigo não só par ao mosquito, mas como para animais peçonhentos”, concluiu.
Marizete dos Anjos, de 50 anos, lembrou que é obrigação do governo manter a cidade limpa e que é inadmissível que em meio a uma epidemia, a população tenha que se preocupar com lixo na ruas e lotes públicos tomados pelo mato. “Cada um tem que fazer a sua parte. Não adianta cobrar da população e deixar a cidade virar um lixo só”, declarou.
Em nota, a Prefeitura explicou que a redução dos serviços de varrição e capina, é para contenção de despesas, e não vai causar prejuízos a cidade. O Executivo também reforçou que a limpeza de calçadas é de responsabilidade dos moradores, com exceção de pontos de ônibus, locais de grande circulação e em situações extraordinárias.
Quanto as ações de combate ao mosquito Aedes Aegypt, a Prefeitura justificou que algumas equipes estão atuando nas sete regiões da cidade. (Matéria editada às 19h21 para acréscimo de informações).
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