Categoria quer volta de gratificações e reajuste salarial

A greve dos médicos da rede municipal de saúde de continua até que a categoria seja notificada, pela Justiça, de liminar determinando a normalidade dos trabalhos. O (Sindicato dos Médicos) também garante que vai recorrer da decisão.

Segundo o presidente do SinMed, Valdir Shigueiro Siroma, somente 30% dos médicos estão nas unidades de saúde, garantindo o previsto por lei. O atendimento é normal em setores de urgência e emergência das UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e CRSs (Centro Regional de Saúde), e nas unidades básicas o atendimento ambulatorial fica a critério do profissional, ainda segundo detalhamento da entidade representativa, que convocou a imprensa na manhã desta quarta-feira (20) para detalhar a situação no setor.

“A continuação da greve é uma resposta ao descaso da Prefeitura”, pontua Siroma. A categoria pede a volta de gratificações, cortadas em abril, reajuste salarial em percentual superior à inflação e melhorias das condições de trabalho.

No entanto, ainda conforme o SinMed, as negociações não avançaram. A categoria reclama que acordo firmado no começo de maio para a volta das gratificações, com consequente fim da greve, não foi respeitado pela Prefeitura.

A Prefeitura, no entanto, conseguiu no dia 18 liminar no TJ (Tribunal de Justiça) determinando o fim da greve. O mandado de citação, assinado em 19 de maio, já foi emitido pelo desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte, conforme consta no sistema de consulta do Judiciário, mas não há registro de que a notificação tenha, de fato, ocorrido.

Segundo Siroma, a média salarial de médicos que cumprem 20 horas semanais nos postos de saúde da Capital é de R$ 2.580, valor que dobra com as gratificações. Somente na semana passada, diz o sindicalista, 53 profissionais pediram exoneração por discordarem das atuais condições no sistema municipal de atendimento.

Ao menos dois integrantes da comissão de greve do SinMed participaram da entrevista coletiva nesta manhã. Rulfo Antonio da Silva, por exemplo, disse que no plantão na CRS do Guanandi, na noite anterior, havia em torno de 90 pacientes para três médicos atenderem.

O SinMed diz que 1,4 mil profissionais atendem atualmente no sistema de saúde municipal, número considerado insuficiente. Destes, metade não é concursada e há quatro anos não há concurso público para o cargo.

Por fim, a categoria reclama que, além do corte das gratificações, não houve contraproposta por parte da Prefeitura ao pedido de reajuste salarial. O SinMed também cobra “dados concretos” para confirmarem a justificativa de crise financeira dada pelo Executivo municipal.