Gabriel morreu de pneumonia no Regional em março

A família de Gabriel da Silva Soares Martinez, 16 anos, que pode ter morrido por conta de erro médico, protestou na tarde desta sexta-feira (29) em frente do posto de saúde do Nova Bahia, na Capital. O protesto reuniu dez pessoas, que seguravam faixa escrito: “Justiça: a morte de Gabriel não pode ficar impune. Ele não pode ser apenas mais um nas estatísticas”.

O caso

No dia 21 de março Gabriel foi ao posto de saúde do Nova Bahia se queixando de pressão baixa, febre e dor no corpo. Ele foi atendido, medicado com Dipirona e liberado. Dois dias depois, os sintomas voltaram e ele foi novamente para o posto. O atendimento foi o mesmo, Dipirona e alta. Porém, ao voltar para casa, Gabriel piorou.

O jovem sentiu falta de ar, forte dor de cabeça e estava com as mãos roxas. A família o levou para o posto de saúde no dia 23 de março. De lá ele foi encaminhado na hora para o Hospital Regional, onde morreu na madrugada do dia seguinte, 24 de março.

A Associação das Vítimas dos Erros Médicos foi acionada pela família da vítima e, dois meses depois, com a chegada de laudo, foi constatado o motivo da morte de Gabriel: broncopneumonia aguda.

“Gabriel foi atendido duas vezes no posto de saúde em três dias e não fizeram raio-x. Se tivessem feito ele teria sido encaminhado para hospital a tempo”, destaca Valdemar Moraes de Souza, presidente da Associação das Vítimas dos Erros Médicos.

A família registrou boletim de ocorrência na Deaij (Delegacia Especializada no Atendimento à Infância e Juventude), que investigará possível negligência médica. A Associação das Vítimas dos Erros Médicos fará também denúncia no Ministério Público.

‘Mostrar que houve erro médico’

A mãe de Gabriel, Marinivia Anonia da Silva, frisou a importância do protesto, que deve seguir com passeata na semana que vem no centro da cidade. “A intenção é mostrar para população que houve erro médico”.

Falha gravíssima

Mariniva diz estar injuriada. “Foi uma falha gravíssima. Ele passou na mão de tantos profissionais, tanto no posto quanto no hospital, e ninguém foi capaz de tirar um raio-x, de descobrir que ele estava com pneumonia. Só soro e Dipirona, é um absurdo”.

A mãe do jovem se diz indignada com o despreparo dos médicos do posto e do Regional. “No posto por não perceberem que era grave. No hospital pior ainda. Uma médica disse para mim que ele estava com suspeita de apendicite. O que tem a ver? Estavam perdidos”.

Mariniva ainda relatou a dor de enterrar o filho sem saber a causa de sua morte. “Fomos saber por que ele morreu agora, dois meses depois. Na hora, ninguém soube explicar”.

A certidão de óbito aponta que Gabriel morreu após choque séptico, com a causa a determinar com exames complementares. O laudo confirmou: broncopneumonia aguda.

A equipe de reportagem tentou contato com o Hospital Regional, mas não obteve resposta.