Paciente morreu nesta quarta-feira no HU

Familiares de Flávio de Moraes, de 38 anos, devem passar por série de exames para constatar que não foram contaminados pelo vírus da raiva.  A medida, de acordo com o neurologista Nilson Moura, deve-se ao fato de a doença ser transmitida por meio da saliva da pessoa infectada. 

Flávio morreu às 7 horas desta quarta-feira (13) depois de ter ficado quase um mês internado no Hospital Universitário em Campo Grande. No último dia 12 de abril ele buscou atendimento médico na cidade onde morava, em Corumbá, depois de sentir irritabilidade, dificuldade de respirar e de engolir água, um dos principais sintomas da raiva em humanos.

De acordo com médicos que acompanharam o caso do paciente, Flávio demorou quase 45 dias para ir a uma unidade de saúde depois de ter sido mordido por um cachorro na região da perna.

“Quando ele chegou aqui no HU o sistema nervoso dele já estava comprometido”, disse o infectologista Maurício Pompílio.

Nos últimos dias, de acordo com os médicos, o hospital deu início ao protocolo de morte que realiza exames de 12 em 12 horas para saber a situação do paciente. No entanto, nesta quarta-feira (13), antes de concluir o protocolo, Flávio não tinha apresentado melhoras e foi a óbito depois de ter uma parada cardíaca provocada por um inchaço cerebral.

Ainda na fase de tratamento do paciente, um médico norte-americano, responsável por elaborar um composto à base de biopterina, medicamento que salvou um adolescente da doença em 2004, no Estado do Recife, acompanhou o caso via internet.

Porém, nesta quarta, o neurologista do HU explicou que, depois que a pessoa foi contaminada pela raiva, o vírus se propaga pelo organismo até 10 centímetros por dia até atingir o cérebro. A doença é 100% letal e, em casos de sobrevivência, pode deixar graves sequelas no sistema nervoso, como dificuldades de movimentação e perda de força. Atualmente a forma mais eficaz de se evitar a doença é se imunizar com doses da vacina antirrábica.