Entidades fazem ato em defesa dos guarani kaiowá na Assembleia
Ato ecumênico conta com apoio de líderes religiosos
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Ato ecumênico conta com apoio de líderes religiosos
Com a presença do presidente do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), entidades estão realizando ato em defesa dos guarani kaiowá nesta quarta e quinta-feira (7 e 8) em Campo Grande e Dourados.
O grupo esteve nesta tarde na frente da Assembleia Legislativa realizando danças e protestando contra o assassinato dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul. A iniciativa é da Cese (Coordenadoria Ecumênica de Serviço), em parceria com o Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) e o Cebi (Centro de Estudos Bíblicos). Diversos líderes religiosos do país vieram à Capital para apoiar o movimento, de membros do candomblé à da igreja católica, caso da pastora luterana Romi Bencke, porta voz da secretaria nacional do Conic.
“O Cimi tem como missão defender os indígenas. Sabemos da antipatia dos deputados do agronegócio e que, infelizmente, não há diálogo ou sensibilidade por parte deles, é uma intolerância injustificável. O Cimi denuncia o não acesso aos territórios dos povos indígenas”.
O presidente do Cimi, Dom Roque Paloschi, bispo da Diocese de Roraima, conversou com o Midiamax sobre a CPI do Cimi e a situação atual dos indígenas. “Não temos nada a esconder. A CPI do Cimi vai oportunizar que se revele, que se dê visibilidade à situação atual dos indígenas em Mato Grosso do Sul e no Brasil, em especial dos guarani kaiowá”.
Dom Roque observa que a CPI provocou o apoio de líderes religiosos. “Causou grande onda de solidariedade das igrejas e de ONGs em defesa da vida.Os povos dizimados precisam de alguém por perto e a igreja não tem medo de ficar perto dos indígenas”.
O presidente do Cimi aproveitou para frisar o genocídio dos guarani kaiowa no Estado. “Temos que abrir caminho para investigar estes assassinatos”. Dom Roque finalizou defendendo o direito à terra que os indígenas têm. “Está na constituição. Eles foram roubados historicamente. A terra é decisiva para que eles sobrevivam. A terra é vida”.
Na quinta-feira, as atividades iniciarão com um momento de espiritualidade. Depois será feita uma visita às comunidades indígenas Apykai e Guyra Kamby’i, na região de Dourados (MS), que se encerrará com almoço do qual participarão as famílias indígenas.
Entenda o caso
No dia 22 de setembro foi instalada, na Assembleia Legislativa, uma CPI com o objetivo, de acordo com os deputados estaduais envolvidos, de investigar “denúncias de incitação de conflitos por terras em Mato Grosso do Sul entre indígenas e ‘proprietários rurais’”.
Diante da ação dos deputados, vários movimentos sociais reuniram-se e realizaram atos e lançaram a campanha “Eu Quero: CPI do Genocídio!”, para contrapor a iniciativa e denunciar a violência sofrida pelas tribos no estado. Também houve encontro com arcebispo de Campo Grande, dom Dimas Lara Barbosa, em solidariedade ao Cimi.
Na ocasião, dom Dimas denunciou que a “CPI do Cimi” tem o objetivo de desviar o foco dos debates sobre os conflitos de terra que envolvem fazendeiros e indígenas. “A demarcação é a questão principal. Concordo com a indenização dos fazendeiros, mas a CPI do Cimi é para usar o Conselho como ‘bode expiatório’ e desviar o assunto sobre os territórios indígenas”, disse.
Para o Conselho Indigenista, a abertura da investigação foi feita “sem fato determinado, e sem demonstrar nenhum indício de ilegalidade por parte do Cimi”.
O Conselho ainda ressalta a ocorrência de mais de 390 assassinatos de índios no estado. Desde o fim de agosto de 2015 ocorreram dez ataques a tribos dos Guarani e Kaiowá.
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