Moradores filmaram momento em que maquinário agrícola quase é levado pela correnteza

A cidade de Coronel Sapucaia, distante 395 quilômetros de Campo Grande, ficou duplamente isolada depois das chuvas torrenciais que atingiram a região nesta sexta-feira (4). O rompimento parcial de um aterro sobre o Córrego da Lagoa, próximo a entrada de Amambai, e uma cratera aberta na MS-289, entre as duas cidades, tornou o acesso ao município bem difícil. A erosão também interdita uma das entradas do outro município.

Para chegar a Coronel Sapucaia, os condutores terão que usar estradas vicinais de terra, por meio de fazendas, que segundo o site A Gazeta News, também estão bastante danificadas por conta da chuva, ou prolongar o caminho pela MS-165, que faz parte da chamada “Sul-Fronteira”, e liga as cidades de Coronel Sapucaia a cidade e Aral Moreira pela linha internacional que separa Brasil e Paraguai.

Ainda de acordo coordenadora da Defesa Civil de Coronel Sapucaia, Daniela de Sá, os moradores de Coronel Sapucaia também estão sofrendo com o abastecimento de água. No último sábado (28) a comparta da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), foi destruída pela chuva. Uma equipe emergencial fez um desvio para que água chegasse a cidade, mas segundo a coordenadora, não resolveu o problema. “O problema é que a água sai um pouquinho e já acaba, e agora com essa chuvarada, parou totalmente”, destacou.

Daniela também destacou que com o isolamento da cidade, os moradores já temem ficar sem combustível e alimentação. “Os caminhões não conseguem chegar aqui, e a situação fica cada vez mais critica”, analisou.

O Corpo de Bombeiros acompanhou as chuvas desta sexta-feira (4), e orientou aos moradores próximos do Córrego da Lagoa, que deixassem suas residências. Algumas famílias perderam vários pertences. Uma empresa do ramo de viveiro e beneficiamento de madeira, teve maquinários, casa e barracão arrastados pela força da água. Um trator utilizado na plantação de eucalipto foi levado pelo desmoronamento e retirado do barranco com apoio de equipes da prefeitura.

 

 

Além das rodovias, uma ponte sobre o Rio Moroti, que fica numa estrada vicinal há 65 quilômetros de Amambai, desmoronou, e moradores de várias fazendas ficaram completamente isolados.

O site Caarapo News, também relatou os estragos causados pela chuva na região sul, e reforçou que apesar dos buracos da MS -156, entre Amambai e Caarapó, terem se agravada com a chuva, e estarem prejudicando ainda mais a trafegabilidade, a pista está liberada para os condutores.

Segundo o site local, informações divulgas nas redes sociais relatavam que as pontes sobre o Rio Amambai, entre as cidades de Amambai e Caarapó, e Amambai e Ponta Porã, haviam caído ou estavam intransitáveis, foram desmentida pela Agesul, depois que uma equipe técnica avaliou os dois locais e nada de anormal foi encontrado.

Em Dourados, ventos de 60 km/h derrubaram árvores e também um portal em homenagem à colônia Japonesa, instalado na rotatória da rua Toshinobu Katayama com a avenida Weimar Gonçalves Torres, no centro de Dourados. A estrutura se soltou com a força do vento e ficou apoiada em poste de energia.

Conforme o site Dourados News, o secretário de Serviços Urbanos da Prefeitura, Márcio Katayama, esteve no local, com dois caminhões, para que o serviço de remoção fosse realizado. A estrutura deve ser levada para a garagem da prefeitura. No campus da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), uma árvore caiu na fiação e deixou o prédio sem luz.

Em Paranhos um trecho da Avenida Airton Senna, que liga o município à cidade Paraguaia Ypejhú, ficou completamente alagado, deixando casas e comércios próximos ao lago municipal no Parque Ecológico Clóvis Bronzim totalmente afetados pelas enxurradas. Segundo informações do site local, em algumas casas a água chegou marcar mais de um metro de altura nas paredes.

Em Campo Grande, a chuva chegou por volta das 17 horas, com bastante intensidade. Até o momento não há registros de grandes danos. A princípio, apenas algumas árvores caíram em regiões isoladas, e durante o temporal, alguns semáforos ficaram intermitentes.

A meteorologista Cátia Braga, do Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, Clima e dos Recursos Hídricos de MS), a previsão é de mais chuva para o Estado durante o final de semana, principalmente nas áreas mais afetadas até agora. (Matéria editada às 10h22 para acréscimo de informaões).