Obra está localizada perto da UCDB

Os moradores da Rua José Matte, no Bairro São Caetano, em , não aguentam mais sair de casa e darem de cara com buracos de mais de cinco metros de profundidade no meio da rua. Há aproximadamente seis meses, eles acharam que finalmente a situação da rua, até então cascalhada, mudaria. Chegaram máquinas e trabalhadores ao local e os moradores foram informados que seriam colocadas as manilhas para drenagem da água fluvial, que haveria ligação de esgoto e o asfalto passaria pela rua. Porém até agora, a obra está pela metade e eles temem que não seja finalizada. 

Segundo os moradores, as obras começaram em abril deste ano. Buracos com mais de cinco metros foram abertos para serem colocadas as manilhas. Depois disso, montes de terra começaram a ‘prender' os moradores dentro de casa. A cada nova vala aberta, alguém ficava sem ter como colocar o carro na garagem da residência e quase que sem conseguir sair para trabalhar ou mandar os filhos à escola. 

O transtorno era grande, mas os moradores não reclamavam, porque esperavam ver a rua asfaltada e com a ligação de esgoto. O problema é que desde julho, eles dizem que as máquinas e os trabalhadores foram embora, ficando buracos no meio da rua, manilhas pelo caminho, muitas estragadas e possivelmente, sem condições de serem usadas e um perigoso buraco no começo da rua, no cruzamento com a movimentada Avenida Tamandaré. Por conta da água da chuva, o buraco aumenta a cada dia e a manilha que havia nele já se partiu ao meio. 

Morando há 25 anos no local e com um buraco na frente de casa, a costureira Nilza Pereira de Azevedo diz que por causa da obra, teve que parar a construção do muro da residência, já que não sabe exatamente até onde será calcada e o asfalto. Ela é uma das que mais se indigna com a situação e diz que para piorar, depois de ficar todo esse tempo com a obra parada, nesta segunda-feira (5), um engenheiro foi ao local, fotografou os buracos e disse à ela que amanhã tudo seria tampado, sem que as obras fossem concluídas.

Entre os problemas que a obra já causou, Nilza conta que os vizinhos tinham que estacionar o carro longe da entrada de casa, que um deles teve que fazer uma trilha com brita para conseguir sair de casa com a motocicleta e uma vizinha escorregou na lama da rua e ficou dez dias internada na Santa Casa após machucar a coluna. Ela questiona que em outros bairros da região as obras continuaram. “Por que saíram daqui? Na Tia Eva continuaram, no Seminário também. Mas aqui foram embora”.
“Fico feliz de pagar os impostos, mas quero ver tudo resolvido”, diz.

Varmil Gomes Lopes e a mulher Divina Nogueira de Souza, também tem um um buraco na frente da residência. Ele trabalha com hortifrutigranjeiros e tem problemas ao tirar a caminhonete da garagem de casa, pois tem que manobra, quase caindo na vala. O carro do filho deles, que sai de madrugada para ir ao Ceasa, já ficou atolado na lama e a mãe, que teve um AVC (Acidente Vascular   Cerebral) recentemente foi empurrar o carro para desatolar. 

“Esses dias tive que deixar [a caminhonete] na casa da vizinha para poder carregar, porque não conseguia vir até aqui. Não terminaram e deixaram essa recordação para gente”, diz. 

O Jornal Midiamax entrou em contato com Prefeitura de Campo Grande para mais infoamções sobre a obra, mas até o fechamento deste texto, ainda não havia retorno. De acordo com publicação no site da Prefeitura de Campo Grande, em 15 de dezembro de 2014, os serviços fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

“A Prefeitura de Campo Grande acelerou o ritmo de trabalho das obras de recapeamento da avenida Tamandaré, acesso à UCDB, bem como a pavimentação e drenagem da região do Seminário, contendo as inundações causadas nos dias de fortes chuvas na região. Os serviços que estavam se desenrolando em ritmo mais lento, foram acelerados com a liberação de R$ 25 milhões do PAC 2.

Uma via estrutural de grande fluxo de veículos, a Tamandaré ganha uma nova capa asfáltica mas, principalmente, uma rede de drenagem que protege os bairros que ficam imediatamente abaixo da UCDB, afetados pela rápida descida das águas que enchiam o córrego Seminário e invadiam as casas do bairro. A rede de drenagem de mais de oito quilômetros começa na Tamandaré, acima da UCDB, na altura da rua José Matte, e desce até a rua São Heládio, na altura da Vila Nasser.

A Prefeitura também pavimenta um total de metros quadrados de vias urbanas, no quadrilátero entre a Tamandaré, rua Marechal Câmara, São Helário e Santo Acúrsio. Nesse meio estão sendo asfaltadas as ruas Santo Antão, Santa Águeda, Santo Aleixo, São Basílio, Santa Brígida, São Tomás de Aquino, Santa Genoveva e São Gilberto. Essas obras compreendem a Etapa A do Complexo Seminário, que tem um investimento estimado em R$ 14,8 milhões. As obras incluem rede de drenagem de águas pluviais, pavimentação asfáltica, recapeamento, acessibilidade com a reconstrução das calçadas e sinalização horizontal e vertical”, diz a notícia.