Ministério da Saúde e Secretaria Estadual afirmam que há alto risco de epidemia

Mesmo com cerca de 30 casos por dia, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) desmentiu o Ministério da Saúde e negou nesta terça-feira (5) que Campo Grande corra risco de epidemia de dengue. Além do Ministério da Saúde, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) afirma em boletim epidemiológico que a Capital corre alto risco de epidemia.  Em quatro meses, foram registrados 3.527 casos.

Dados do boletim epidemiológico da SES colocam Campo Grande como o 35º município com maior taxa de incidência de dengue no estado, figurando entre os que estão com alto risco de epidemia.

O cálculo da SES é feito de acordo com a taxa de incidência: se o município tiver acima de 300 casos por 100 mil habitantes, ele está com alto risco de epidemia de dengue, que é o caso da Capital e de mais 37 municípios, o equivalente a 48% do estado.

Apesar disso, a Sesau declarou em resposta ao Jornal Midiamax que os números não indicam risco de epidemia por ora, contrariando as informações da SES e do Ministério da Saúde.

Segundo a Sesau,apesar de os últimos dois meses registrarem 2.531 casos (1.299 em março e 1.232 em abril), não há como especificar o número de casos confirmados e enfatiza que não foram registrados óbitos na Capital.

A pasta frisa que o trabalho de combate à doença segue.

Preocupante

O infectologista Dr. José Ivan Aguiar  alertou que a situação na Capital é preocupante. “Os casos só diminuirão quando o trabalho de prevenção for levado a sério”, declarou. Para o médico, o surto forte de dengue deve acontecer em 2016/2017.

Entretanto, o infectologista destacou outra vez a importância do trabalho de prevenção e combate à dengue por parte do poder público. “Se não for feito este trabalho o ano inteiro, não adianta. Enquanto não existir uma vacina contra a dengue, a única forma é agir, combater, evitar, o que não é feito com frequência por aqui”.

Não é só na Capital

A dengue tem sido um problema sério em todo o estado. Este ano já são 17.467 notificações, uma média de 146 por dia em Mato Grosso do Sul. Mesmo com apenas quatro meses do ano, o número já ultrapassa os casos de 2011, 2012 e 2014.

Outro dado que chama a atenção é que 84% dos municípios do estado correm risco de epidemia, sendo 48% com alto risco. Até o momento já foram confirmados quatro óbitos causados pela doença (em duas em Sonora,uma em Corumbá e uma em Paranhos) e três estão em investigação (Aparecida do Taboado,Laguna Carapã e Anastácio).